Artigo

“SÍSIFO”

Quando ouvi essa palavra pela primeira vez, fiquei encantado com o seu significado e a correlação dela em nossas vidas. Sísifo fora condenado pelos deuses a realizar um trabalho inútil e sem esperança por toda a eternidade: empurrar sem descanso uma enorme pedra até o alto de uma montanha de onde ela rolaria encosta abaixo para que o herói mitológico descesse em seguida até o sopé e empurrasse novamente o rochedo até o alto, e assim indefinidamente, numa repetição monótona e interminável através dos tempos.

O inferno de Sísifo é a trágica condenação de estar empregado em algo que a nada leva. Você já se viu num trabalho sísifo? O CMAS (Conselho Municipal de Assistência Social) de Itabuna poderia se enquadrar perfeitamente ao inferno de Sísifo! A crítica é pautada do papel do Colegiado; suas responsabilidades; e a infraestrutura que deveria ter, mas não tem. Como Presidente em exercício, fico analisando: as intermináveis reuniões Ordinárias e Extraordinárias; as Resoluções; aprovações de projetos sem a mínima condição necessária para acompanhar os mesmos e ter uma leitura mais purada; um esforço hercúleodas poucas pessoas envolvidas na Secretaria Executiva; os Conselheiros que, além de suas responsabilidades nas entidades que pertencem, ainda têm que disponibilizar tempo e capacidade de fiscalização para acompanha e aprovar os projetos sociais aos quais, o CMAS é co-responsável, pois, temos que formar comissões temáticas e gerar relatórios sobre o nosso posicionamento mediante cada situação. – SÍ-SIFO – estamos rolando pedras montanhas acima e depois as deixando rolar ladeira abaixo e começando tudo de novo. As coisas não avançam as respostas não são dadas; as pessoas e suas necessidades são negligenciadas em troca de um chamado – sistema – que serve única e exclusivamente para a manutenção de cargos e salários.

As Políticas Públicas de Assistência Social do Governo Federal são feitas numa base teoricamente perfeita, eles só esquecem um detalhe, os Conselhos de Assistência Social do Brasil são compostos por paridade entre o Executivo Municipal e a Sociedade Civil Organizada, a segunda não é remunerada, mas é a que tem a maior responsabilidade nos processos. Isso implica em dizer que: na maioria das vezes não somos capacitados; o Conselho, em nosso caso, não tem a infraestrutura necessária para trabalhar; a Secretaria Executiva não é montada como manda a Lei; não existe a Casa dos Conselhos e outras coisas que não cabem nesse artigo. Com isso o plano bem feito do Governo Federal não funciona e ficamos com aquela sensação de inércia.

Um modelo perfeito, mas que soa SÍSIFO, afinal o quadro não é bom e a Assistência Social em Itabuna está calamitosa, como comprova o nosso Diagnóstico Social. Uma pena, mas pelo visto continuaremos sendo manchete Nacional das estatísticas negativas.