Artigo

Itabuna: Uma cidade bipolar

Quando eu era criança ouvia os adultos dizerem: Itabuna é o ouro da Bahia. Itabuna é a cidade que sustenta o Estado da Bahia. No campo da moda Itabuna estava sempre a frente da capital Salvador e, por ser assim tão promissora, até os filhos dos grandes políticos da Bahia tinham costume de dar uns “bordejos” para o lado de cá.

Mas, no quesito política Itabuna nunca foi tão inovadora assim. Vejo que nos últimos 30 anos a cidade não evoluiu, significativamente, alguns até dizem: foi a crise do cacau que gerou tudo isso. Mas, não me refiro a crescimento econômico, visto que fatores econômicos são cíclicos e novos arranjos se fazem para movimentar a economia de um centro, como ocorreu por aqui com a chegada das faculdades particulares, das indústrias e dos investimentos privados no comércio local. Refiro-me a uma estagnação política, sem inovação, sem resolutividade e sem perspectivas de mudança.

Uma política baseada em uma dicotomia de grupos políticos. Fico a pensar: será que o ranço dos tempos dos coronéis, ainda, está impregnado no inconsciente do povo Itabunense e por isso os Itabunenses não conseguem enxergar ou até fazer surgir novas lideranças capazes de quebrar com essa bipolaridade ou mudar o modo de fazer política local?

Vejo muito dinheiro e tempo jogados fora, pois como é comum na política brasileira, se o meu antecessor é oposição ou inimigo político não darei continuidade ao seu trabalho para não valorizá-lo. Começarei uma nova ideia e um novo serviço.

Muda-se inclusive o layout da prefeitura! Ora, mas a prefeitura não é a mesma? Para que mudar? O povo não sabe que o prefeito mudou? E, assim, o dinheiro public escoa pelo esgoto sem retorno direto à população. Eis que surge a esperança! E a mala que foi arrumada e desarruma será enterrada. Glória! fomos salvos. Doce ilusão a esperança ficou só na espera e o buraco ficou mais profundo. Desculpem, quero dizer: os buracos porque são vários. Basta dá um belo passeio por nossa arborizada, limpa, cheirosa, saneada e funcional cidade.

Mas, como a esperança é a última que morre, tão dizendo por ai que os efeitos da mudança planetária estão atingindo a cidade de Itabuna: o amor está prevalecendo, pois os inimigos estão fazendo as pazes e pretendem se unir em um só coração… Então, nunca existiu dicotomia era só birra? Ou estão seguindo o conselho de Maquiavel: vamos nos unir para não perdermos o nosso posto, para que o nosso mais novo inimigo não se mantenha no poder. Parece até aquele filme: “A volta dos que não foram…”
Sinceramente, o que espero de 2012, o ano das grandes mudanças é que um raio caia na cidade de Itabuna e possamos encontrar um remédio para combater essa Bipolaridade política e esse modo antiquado, inadequado e irresolúvel de fazer política local e que possa surgir uma “verdadeira terceira via”.