Artigo

Quando Estar Vivo Equivale à Estar Morto

“Que o mundo foi e será uma porcaria, eu já sei, em 510 e no ano 2.000 também…”, mas a atual circunstância é inteiramente nebulosa e, como diz o outro, nada a se enxergar, senão a “cruz no fim do túnel”. Ninguém sabe quem controla os bordões dos nossos atos, que mãos nos movem em sentidos estranhos às nossas querências mais nobres. Ninguém sabe quem é o ventríloquo que nos faz bonecos, ditando nossa fala. Quem é o redator invisível que escreve o nosso texto, a nossa construção sintática. Um tempo sem pensamento autônomo. Vivemos a maior ditadura da história do Brasil. Da história da Terra. Se antes certas proposições eram proibidas de ser manifestas, nos governos militares, não era proibido formulá-las em pensamento. Hoje, quando hipoteticamente tudo se pode dizer, o que se diz é exata e exclusivamente o que os programadores mentais querem que se diga. E tudo parece muito asséptico, muito correto. Alguém no Canadá sopra um chavão e os macacos daqui se põem a imitar. Inventaram o “bullyng”, o “sistema de cotas”, “a parada do orgulho gay”, a “consciência negra”, o “dia do meio ambiente” etc. Foram introjetando justificativas para tais atitudes. Em nossos dias, não há um único universitário, sobretudo os das ciências humanas, que não seja um bonequinho de moldar, um seguidor de tais máximas.

Ser gay virou um luxo, quem gosta de pessoas do mesmo sexo é hoje considerado um cidadão especial, cheio de vantagens legais e de certo respeito das elites. Mas, de verdade, que orgulho há em ser gay? Quantos desses que defendem os gays querem ter um filho gay? Podem até aceitá-lo, a posteriori, mas fosse dada a escolha certamente ninguém quereria. Por trás dessa história toda, é óbvio, está o dinheiro (como diziam os antigos, “siga sempre o dinheiro e descobrirá quem está controlando a história”). Engraçado é que esse governo invisível faz parecer que tal situação é fruto de conquistas, de lutas de classe. Faz parecer que o mundo está evoluindo, quando em verdade há uma enorme involução em curso. As decadências da velha Roma, da Mesopotâmia ou do antigo Egito, foram períodos muito parecidos com o atual. Contemporaneamente viramos sujeito/objeto de mercadoria. Fomenta-se a criação de tribos urbanas justamente por que isso favorece à lógica de um mercado que funciona melhor na segmentação de produtos, simbólicos ou não.

A mesma lógica serve para a ilusão da “consciência negra”. Na prática, os negros são brasileiros, na lei, eles são “vítimas”. O mesmo se aplica às mulheres, nesse rol de condicionamentos operantes. De uma hora para outra os homens viraram estupradores ou, no mínimo, machistas. Somente alguém completamente cego não percebe a estratégia que há por trás disso, que é criar um estado de caos entre os gêneros. Isso é feito para que se gere conflito, violência, morte, consumo de drogas, de remédios controlados, de álcool, pois tudo isso é lucrativo aos autores do projeto. Historicamente, homem e mulher sempre souberam resolver suas demandas entre quatro paredes. Em casos raros ou raríssimos havia abusos, porque sempre há exceções. Mas eram exceções. As relações, sem a influência desses ideólogos cruéis, eram muito simples. O marido saía, trazia o sustento, a mulher cuidava dos filhos. À noite, no terreiro, todos se sentavam e havia caboclos, negros, efeminados, e tudo era normal, de repente, ficamos todos “intligentes” e inimigos uns dos outros, e pensamos saber o que é correto e o que é errado, e pousamos de defensores disso ou daquilo, sem que ninguém solicite nossa defesa. Uma coisa é certa, somos muito mais infelizes que nossos avós!

Sempre houve traições, ali e acolá, mas hoje elas são fomentadas e quem não transgride é tido como anacrônico. Quantas vezes fui chamado de “careta” por não usar drogas ou não tomar álcool. Porque o esquema faz o seguidor pensar que é evoluído, que seu ato é “revolucionário”, que o máximo da vida é experimentar vários parceiros sexuais, quebrar regras, entrar e sair de aventuras, fazer política, enfim, ter fé apenas na dimensão material da vida. Os “Homens de Cinza”, como os chamou Michael Ende, roubam nossas almas e nos tormanos escravos das suas ofertas hedônicas. Esse é o jogo. Ao final, vende- nos os últimos insumos, os da farmácia, da indústria médica e do campo santo. E sempre eternamente outros imbecis nascem para ser teleguiados, contaminados por tais vírus mentais.

A crueldade maior, entretanto, é praticada contra a juventude e conta com o maciço apoio de professores, pedagogos e governos. Trata-se da estratégia de manter marginais em salas de aula. Claro, antes eles fomentam a marginalidade nas crianças, afinal, esse bicho que somos é tanto lobo quanto cordeiro, depende para onde apontemos a seta. As escolas são hoje um lugar para se fazer qualquer coisa, menos estudar. Os professores, a imensa maioria alienada, preocupam- se com festinhas, com decoração de 7 de setembro, e se sentam com alunos para tomar cerveja, e dormem com alunos. Escola é ponto de droga, de prostituição, de crimes. Fico pensando quando teremos um governo de verdade que aprisione os marginais? Contudo, para o nosso desespero, esses assassinos, traficantes etc, são tidos como “vítimas sociais”. E quem lucra com tal circunstância? Siga o dinheiro. O lucro das drogas, da cerveja, dos remédios de tarja preta, das armas, do jeans, da grife, da chapinha, do automóvel, das eleições, do axé, da lascívia, do rock’n’roll, etc etc, vai para os mesmo senhores.

Todos os projetos de vida que temos nos foram impostos de forma sutil, quando dormíamos, letárgicos, defronte a uma TV ou a um computador, ou quando bêbados gastávamos nosso hormônio com vagabundas e vagabundos. Em nossos dias, estar vivo equivale a seguir essa cartilha, como uma lâmpada que depende do gerador, mas que nada é para além do gerador. Estar vivo equivale a estar morto. Somos robôs que passeiam inutilmente. Como diz o belo romance de Ende, “As coisas mais perigosas na vida são os sonhos realizados… Não tenho mais com o que sonhar”.