Artigo

Sangue na Estrada

No alto daquela serra, por onde eu sempre andava, Outrora ouve uma guerra, grande batalha acirrada. Briga de dois fazendeiros, por causa de uma novilha, Presenciamos a contenda, eu e minha filha.

Foi uma luta bravia, seis filhos cá, dois de lá, Em seus semblantes sangue corriam, Nem roupas em seus corpos se viam, Do colarinho da camisa do caçula do de lá, Foi clareando com a brisa, que caía ao tardar.

Sua irmã desesperada, debruçada ao corpo seu, Gritava louca: Meu Deus! Trás de volta este irmão meu. Seus olhos azuis em lágrimas, em sangue seus louros cabelos, Misturava sem contraste, com seu vestido vermelho.

Duas mães, sentadas inertes, sem poder se levantar, Olhavam aquela cena, sem poder acreditar.

A velha porteira da estrada, que os bens dos dois separava, Abriu-se pra dar passagem, aos corpos que ali passavam. Bateu-se se despedindo, cantando ia o carro de boi, Levando aquele cortejo, sob o arvoredo em flor.

A brisa ia caindo, e a noitinha surgindo…