Artigo

No ralo da corrupção

O Brasil é a sexta economia do mundo. Já teria ultrapassado a Índia, Rússia, Grã-Bretanha e agora se equipara à França. Cabe perguntar, então, para onde vai a dinheirama que o governo arrecada. O “impostômetro” instalado num logradouro em São Paulo bate recordes contínuos.

Textos, áudio e som mostram diariamente hospitais sobrecarregados, com enfermos em leitos improvisados nos corredores, com mulheres dando à luz em via públicas, à falta de vagas. Não se tem uma política clara, eficaz, de combate à violência que se multiplica.

Os portos estão sem capacidade de embarcar a tempo a safra de grãos. Caminhões fazem filas quilométricas em rodovias de escasso escoamento. A educação. A educação continua longe de atingir nível satisfatório de qualidade. As forças se ressentem de armas e equipamentos modernos para a defesa e equipamentos modernos para a defesa do país e vigilância das fronteiras. Tio Sam nos espiona.

O sistema energético opera no limite máximo, como mostram os constantes apagões. Por toda a parte, falhas e inexistência de estrutura básica. Em contrapartida, os supersalários, os escândalos financeiros, os gastos aberrantes de cartões corporativos, as doações a países “muy amigos”, os superfaturados estádios de futebol.

Para resumir, corrupção – e grossa. Provavelmente os paraísos fiscais recebem muitas contas secretas. Os brasileiros acompanham indignados os repentinos acúmulos suspeitos de riqueza. É por isso que faltam investimentos estratégicos nas mais diversas áreas. O problema está no desperdício, nas benesses, no roubo, na má gestão financeira, na odiosa politicagem.

Corrupção. Esta mazela antiga, que nos tempos atuais tem fome de lobo e faro de perdigueiro, aparece com frequência nas faixas e cartazes dos manifestantes que vão às ruas, desde junho, na esperança de um país mais justo e decente. Mas a reação do bem intencionados esmorece por culpa dos depredadores mascarados – talvez acionados por quem deseja amordaçar o protesto purificador.