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Oposição. Que oposição?

A Oposição política realmente deveria ser algo central não apenas para o funcionamento dos regimes democráticos, como também para a própria caracterização do que seja um sistema democrático. Há um consenso entre os especialistas de que os regimes democráticos devem atender a dois critérios: o primeiro reúne o grupo de direitos a que se refere o termo “cidadania”. O segundo seria a máxima participação política de grupos variados, entre a população, por exemplo, e do que hoje se chama oposição política.

Sem Oposição, não há fiscalização, não há pressão social por novas demandas, não há um fundamento para que a democracia continue funcionando. O papel da Oposição é informar ao público e trazer à tona o que ela considera correto ou incorreto na política do governo.

Sabemos o quanto é difícil fazer Oposição em uma cidade dependente, economicamente, como Ilhéus; onde o adesismo ao governo é tentador ao jogo dos interesses e quase incontrolável para a maioria das pessoas. E aí nessa composição citamos seguimentos da imprensa.

Ilhéus vive hoje algo inédito no cenário político, nunca na história do município um grupo oposicionista esteve tão desorganizado, fraco e desunido. E vocês nos perguntam: mas como se algumas CEI’s foram aprovadas? Um processo natimorto. Os transportes públicos, definitivamente, com resultados previsíveis. Quanto ao afastamento do prefeito, não há ainda elementos para tal, e parte da Oposição é de mentirinha. Alguns com amiguinhos e parentes lotados na máquina municipal.

Sem Oposição não há democracia. Se assim o fosse, poderíamos dizer que vivemos em um regime totalitário ou oligárquico, o que por Lei Constitucional é vedado. Por isso, antes de querer aniquilá-la totalmente, atentem-se para o fato de que sem ela, é impossível sonhar com uma democracia plena.

Ao contrário do que se propaga por aí, Oposição não é sinônimo de inimiga do Governo. Quando a Oposição honra o seu papel de proteger a sociedade, ela apoia o Governo quando este adota medidas sensatas; mas quando o Governo usa suas prerrogativas para prejudicar ou ferir os interesses sociais, a Oposição tem que ter cara para evitar a tirania. Pelo menos deveria!

Ilhéus o que se vê na Câmara é um absurdo. Com raríssima exceção, apenas um ou dois nomes da Oposição com posições definidas. No mais, só jogo de cena, jogo de interesses, conversas paralelas de bastidores, encontros de contas, jogo político, liberação de recursos, cargos e nomeações, falta de conhecimento, denúncias de esquinas. O Vereador Dero do Satélite, por exemplo, tem os seus interesses. Não é carne e nem peixe; Fábio Magal e Lukas Paiva, apesar da boa vontade, ainda estão engatinhando, nem abriram ainda os olhos; Valmir de Inema nunca se afastou do poder; Roland Lavigne continua igual a crocodilo na lagoa; Alisson Mendonça tem ficado muito calado, tem sido muito simpático para o governo. Um dia critica, um dia assopra. Um dia pode pedir impeachment, noutro vira secretário. Oscila muito. E por último O Vereador Cosme Araújo, que sozinho no deserto, vem clamando, se expondo e lutando contra tudo de errado e contra todos os que alimentam esses erros. Diante do quadro revelado, Cosme Araújo precisa refletir sua tendência, dando-lhe nova roupagem. Definitivamente, um novo modus operandi!