Artigo

Ensinar sexo ou amor?

Tem ocorrido um intenso debate na sociedade brasileira sobre o ensino e as abordagens realizadas nos meios de comunicação e nas escolas, acerca do que e de como estamos ensinando às crianças e adolescentes brasileiros sobre sexo.

Este debate se intensifi cou bastante a partir dos posicionamentos externados pelos militantes dos movimentos de homossexuais, em parte apoiados pelo Governo Federal quando da criação do kit anti homofobia que seria distribuído nas escolas, mas que passou a
receber as mais duras restrições.

As igrejas também manifestaram seus pontos de vista sobre o tema, por meio de seus deputados e membros do clero, o que agudizou ainda mais o debate com aqueles que defendem a atual política de educação sexual.

Pois bem, desta vez não entrarei no mérito deste debate – embora tenha opinião formada sobre o assunto – mas convido a alguns questionamentos que podem ser muito mais úteis do que toda a discussão acima: Por que motivo, nas escolas e na mídia, não ensinamos sobre o amor com a mesma voracidade com que nos lançamos a ensinar às crianças e adolescentes sobre sexo? No Brasil, falamos abertamente a crianças de oito ou nove anos sobre sexo oral. Por que motivo, em lugar disso, não falamos de como as pessoas de uma mesma família devem se amar entre si, com respeito entre pai, mãe e fi lhos? Parece loucura? Pois não é! Neste mundo tão cheio de dissoluções e péssimos exemplos, seria muito bom se um educador, ou a mídia, mostrassem que o amor de um pai por suas fi lhas deve ser tão puro a ponto de, caso o pai venha a ver a fi lha moça em estado de nudez, não pense este pai senão naquele bebezinho lindo que um dia tanto alegrou sua existência ao chegar da maternidade. Para um pai assim, esta fi lha não tem bunda nem vagina, mas simplesmente “bundinho” e “potia”, que somente lhe suscitam o mais puro amor, sem lugar para qualquer outro tipo de sentimento menor.

Ao invés de falarmos de sexo anal para nossas crianças e adolescentes, por que não lhes ensinamos sobre a força do amor de uma mãe, que não abandona o fi lho nem mesmo quando este, já adulto, decai para o mundo do crime ou das drogas? Que não desiste dele mesmo depois que todos já lhe deram as costas e não querem mais sequer vê-lo? Porque não dizemos aos nossos jovens que suas mães os amam, e que muitas vezes eles se livram de perigos e desgraças porque as orações plenas de amor de uma mãe simplesmente arrombam as portas do céu?

Por que, ao invés de ensinarmos sobre sexo grupal, não os preparamos para uma vida em família, onde marido e esposa possam se amar e respeitar, lembrando que o dever de fi delidade presente nas leis civis e na Bíblia não é só para as mulheres, mas para ambos, indistintamente de sexo?

Por que não mostramos aos nossos jovens que uma esposa não precisa ter ciúme da sogra, nem vice versa; o mesmo ocorrendo entre o marido e os pais da esposa, porque o amor existente entre o casal não é melhor nem pior, mas tem uma natureza diferente daquele existente entre pais e fi lhos; e que todos estes tipos de amor podem e devem coexistir na família, que não precisa fechar-se unicamente no núcleo pai-mãe-fi lhos, mas pode espalhar-se para incluir avós, tios, primos, como ocorria nas famílias anteriormente a toda esta paranoia sobre sexo?

Tenho certeza de que se ensinássemos mais, muito mais a nossas crianças e adolescentes sobre o amor, não precisaríamos de tamanha ênfase sobre o sexo para buscarmos uma felicidade que, no fi nal das contas, só o amor pode nos dar.