Artigo

Um dia…

Compartilharas experiências da vida com alguém de que nos serve? Talvez seja o caminho da nossa tão decantada humanização. Mas será que essas experiências compartilhadas se perderão no tempo e no espaço assim como a vida? Será que a vida se perde ou se perderá no tempo e no espaço? Será que essas experiências nos resgatam algo? Será que precisamos ser resgatados? Será que indagar sobre tudo que experimentamos na vida importa? Dividir alegrias e tristezas, conquistas e derrotas, reflexões e bobagens pode ser também uma sentença, mas,se assim for, que “crime” nós cometemos? Talvez aja uma razão para tudo isso, ou talvez não aja razão nenhuma.

Talvez tenhamos que cumprir o que é preciso ser cumprido, mesmo que não saibamos por quê.Talvez estejamos em busca da hipotética “liberdade”, ou, hipoteticamente,talvez sejamos prisioneiros do Nada e somente isso. Não quero filosofar, nem quero reinventar a roda, isso aqui é só um papo. Compartilhar delírios, dores, permanências e fugacidades, ou aquilo que tiver que ser compartilhado, é tão-somente mais uma tarefa entre tantas,dificílima, sem dúvida.Entretanto, sinto e penso que tudo isso que nos cerca(visível ou não) só valerá alguma pena se vivenciarmos, sinceramente, aquilo que por ora, chamamos de Amor!

Sim, o Amor é piegas. Mas a vida é piegas também…O jornalista, dramaturgo e escritor Caio Fernando Abreu (1948-1996) soube muito bem captar isso: “quando se quer explicar o inexplicável sempre se fica um pouco piegas”. Será? Em tudo que fizermos, ou em tudo que deixarmos de fazer, é preciso Amor. É preciso ainda que as pessoas, os animais, as plantas e as coisas (todas elas juntas ou separadas, na ordem que você bem quiser e entender) saibam que nós as amamos! Afinal, a vida é tão desconhecida e inesperada quanto o Amor! Por isso, viva e ame!Mas não se esqueça que amar deve ser um gesto natural.O poeta português Fernando Pessoa (1888-1935) escreveu: “Quem quer dizer o que sente, não sabe o que há de dizer.Fala: parece que mente… Cala: parece esquecer…”. Enfim… Pare de pensar qual a melhor maneira de dizer ou fazer aquilo que seu coração está sentindo.Dividir experiências é quase uma coisa insana,mas, pode ser também uma experiência reveladora, inspiradora. Pode ser ainda uma via para a felicidade. Segundo o médico neurologista, Sigmund Freud (1856-1939) em “O mal estar na civilização”: “os homens esforçam- se para obter felicidade; querem ser felizes e assim permanecer”. Pode ser que não seja também. Sinto que andar sozinho pela vida é triste.

E, no entanto, encontrar alguém ou algo que nos apazigue e traga-nos alegria, talvez seja a tarefa mais difícil a ser realizada. Talvez tenhamos medo de amar! Talvez tenhamos medo de pedir ajuda. Ou, talvez, tenhamos medo do sofrimento, da decepção e da separação. Mas,pode ser também que tudo isso seja apenas um amontoado de tolices. Possivelmente estejamos à procura de algum consolo. Mas todos precisam e procuram por consolação. E não somos nem mais e nem menos importantes a vida. Tudo pode nos acontecer. Somos, talvez, um só ser dividido em zilhões de vidas, continuamente em transformação. E, afinal, lembraremos uns dos outros? Lembraremos de tudo isso? Lembraremos de todos? Não sei. Assim mesmo,vou seguindo, do meu jeito, o meu coração. Deste modo, entre ser bobo e ser apaixonado, sendo ao mesmo tempo ridículo ou não, estou aqui apenas para lhe dizer, naturalmente: eu te amo! Eu amo você!