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Preconceito: Inato ou adquirido

O termo preconceito é composto pelo prefixo latino Pré (anterioridade, antecedência) junto ao substantivo conceito (opinião, reputação, julgamento, avaliação), assim preconceito significa uma opinião formada precipitadamente, sem maiores ponderações, um conceito formado antes de se ter os conhecimentos necessários. Do ponto de vista ético o preconceito é degradante e excludente, já do ponto de vista teórico, o preconceito significa um obstáculo ao conhecimento.

Situações como um negro caminhado à noite sem motivo aparente e é parado por policiais, um jovem ao declarar sua opção sexual se tornar alvo de bullying e/ou rejeição, a famosa frase que todo baiano e preguiçoso, pessoas com deficiência sendo estigmatizadas como menos capazes, e tantas outras situações que vivenciamos no nosso dia a dia nos mais variados contextos, são claros e reais exemplos de preconceito, fato esse que é responsável por grande sofrimento psíquico e pode ser considerado como um grave problema social. A dicotomia Inato/Adquirido, sempre foi muito estudada, os pesquisadores ávidos pela resposta – O que determina o comportamento humano? Seria o biológico ou o socialmente determinado? Vários estudiosos expõem as suas teorias no intuito de explicar e que determina o comportamento e as características pessoais, todavia, essa discursão parece ainda não ter chegado a um consenso. O que se sabe é que o preconceito possui: Componentes cognitivos – é o que se julga saber, acarretando os estereótipos que leva ao preconceito; Componente emocional – é o que se sente acerca de um algum elemento; Componente comportamental – é o que se esta disposto a fazer.

Luft (2007), de forma irrefutável conceitua o preconceito como uma doença que turva o nosso olhar e entorta nossa alma, que nos enfraquece e emburrece, é uma das moléstias mais sérias e perversas deste nosso mundo e ainda que se apresente encoberta, produz efeitos devastadores. Na Constituição Federal no seu Art. 5º diz que Todos são iguais perante a lei, todavia, o que se observa na contemporaneidade ainda é a intolerância, a ignorância onde se atribui significados pejorativos a outros indivíduos ou grupos de forma generalizada, associado-os a características étnicas ou raciais, julgando-os intrínsecas ao sujeito que se referem sem, no entanto, considerar suas particularidades.

O que se deve considerar é que não existem pessoas superiores ou inferiores, o que existe são pessoas diferentes, na sua forma de ser, de pensar, de agir.

No continuo processo de evolução temos ainda muito a aprender com as diferenças sociais e intelectuais, temos que aprender a respeitar as diferenças, não é unicamente aceitar, e sim respeitar para que assim possamos também ser respeitados nas nossas particularidades.