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Alzheimer: Quem cuida do cuidador?

Descrita pela primeira vez em 1907 por Aloysius Alzheimer, a demência de Alzheimer, síndrome caracterizada por distúrbios da área intelectual (memoria, práxis, cálculos, linguagem, percepção, função executiva, atenção e personalidade) que evolui de forma degenerativa e progressiva até a morte neuronal, o inicio se dá geralmente após os 65 anos de idade, tendo como sintomas iniciais alteração da memoria e do comportamento, o diagnostico desta demência é clinico, podendo ser utilizado alguns testes para auxiliar, sendo o teste MEEM – mini exame do estado mental o mais conhecido. Infelizmente a doença de Alzheimer ainda não tem cura. O impacto socioeconômico que essa patologia causa é alto, chegando a gerar um gasto de 1% do PIB mundial. Afeta 26 milhões de pessoas no mundo e a expectativa é de um aumento de 81,1milhões, em 2040. Estudos demostram que o analfabetismo e a baixa escolaridade são fatores de risco para o declínio cognitivo.

A experiência de vivenciar a situação de cuidar de um paciente com Alzheimer depende muito da fase da doença, da rede de suporte familiar e da história de cada família. Independente do gênero ou do grau de parentesco do cuidador é possível observar que comumente quanto maior o vinculo afetivo com o portador da doença, maior é o desgaste físico e emocional de quem cuida, pois o cuidador se vê diante de uma demanda de trabalho físico intenso, em tempo integral, sem descanso, exercido na maioria das vezes de forma leiga, sem informações, logo, nem sempre adequada, requerendo grande investimento pessoal e afetivo, comumente não encontra apoio na rede familiar e social culminando assim com a exclusão das suas necessidades pessoais em favor das necessidades do paciente, nota-se que em alguns casos a função é exercida por amor ou doação, mas na grande maioria das vezes esse papel é exercido por falta de opção.

Assim, a rotina dos cuidadores das pessoas que sofrem do Mal de Alzheimer é extenuante, lidar com as limitações do outro e, por vezes ser os olhos, a boca, as pernas, enfim ser a extensão do paciente pode provocar sérios prejuízos para quem cuida incluindo transtornos do humor, crise psicossocial e estrutural. Destarte, faz-se imprescindível programa, grupos de apoio e cursos que possam oferecer intervenções psicoeducativas, objetivando promoção da saúde do cuidador bem como o seu equilíbrio emocional e psicológico, afinal ambos são de fundamental importância e não podem e nem devem ser negligenciados, pois o bem-estar do cuidador favorece ou prejudica diretamente os cuidados que o mesmo irá dispensar ao portador de Alzheimer.