Artigo

Setembro Amarelo – Precisamos falar sobre isso

A Campanha intitulada Setembro Amarelo teve início nos EUA em 1994, quando o jovem Mike Emme, de 17 anos, com vários problemas psicológicos porém, não identificados pela família cometeu suicídio. Durante seu velório, foi feita uma cesta com muitos cartões decorados com fitas amarelas e a mensagem “Se você precisar, peça ajuda.” Neste momento foi dado início a esse importante movimento de prevenção ao suicídio. No Brasil sua difusão ocorreu em 2015, através do Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). O Setembro Amarelo é uma campanha criada com o intuito de informar as pessoas sobre o suicídio, uma prática normalmente motivada pela depressão, culpa, remorso, abusos físicos e psicológicos.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 32 pessoas cometem suicídio por dia no Brasil. Estima-se que no mundo aconteça um suicídio a cada 40 segundos, essa triste estatística poderia ser alterada se existissem políticas eficazes de prevenção ao suicídio porém, percebe-se que existe uma expressiva barreira para falar sobre o problema. O Assunto é envolto em tabus, mitos e juízo de valor, é considerado um acontecimento complexo, onde o indivíduo não tem como objetivo a morte em si mas, sim por fim ao sofrimento pelo qual está passando e que acredita não existir solução, sendo a morte o único jeito que enxerga no momento para solucionar tal sentimento. Ao contrário do que alguns pregam, a melhor forma de se evitar um suicídio é através de diálogos e discussões que abordem o problema. É por isso que “Falar é a melhor solução” é o slogan da campanha Setembro Amarelo cujos envolvidos na sua organização acreditam que através da conscientização das pessoas, será possível prevenir 9 em cada 10 situações de atos suicidas.

Grande parte dos suicídios guarda relações com traumas, abusos e violências que os indivíduos sofrem muitas vezes ainda na infância. Acontecimentos que comprometem a saúde mental das pessoas, levam ao adoecimento emocional, muitas vezes difíceis de serem identificados e resolvidos. Faz-se necessário entender que o suicídio também é uma questão de saúde pública e não uma espécie de fraqueza de conduta ou personalidade como muitos acreditam. Os acompanhamentos médicos e psicológicos são as maneiras mais eficazes de tratamento, outro importante instrumento é o Centro de apoio emocional: CVV (Centro de Valorização da Vida), que atende em todo o território nacional através do número 188.

A grande maioria das mortes por suicídios podem ser evitadas e o diálogo sobre o assunto é a melhor forma de prevenção. Se você ou alguém próximo possui pensamentos ou ideação suicida, não pense duas vezes, peça ajuda, a dor na alma é mais aterrorizante que a dor no corpo. Lembre-se sempre: Se você não falar a dor não vai embora.