Artigo

Qual a Itabuna que queremos?

Em 28 de julho de 1910, foi emancipada a nossa cidade, do município de Ilhéus, com o registro de Pedra Preta, depois, como Itabuna.

Revendo a história da nossa cidade, contada em versos, prosas e romances, verificamos que a mesma se originou de árabes, e, principalmente de sergipanos que saíram das suas terras em busca do eldorado, já que a seca no Nordeste, naquele momento, fazia flagelos. Por aqui, àqueles que chegavam, alguns se preocupavam em ser caixeiro-viajante enquanto que outros se dedicaram a agricultura, no desbravamento de terras para o plantio de cacau, e, também, em serem “jagunços”.

Como se tratava de zona fronteiriça, a exemplo do que ocorre em qualquer lugar do mundo, foram travadas muitas lutas e muita violência, onde prevalecia a Lei do Mais Forte, com invasões de terras e muitas mortes em busca do ouro branco chamado cacau.   

Mas, ao longo da história da nossa cidade, tivemos homens que até hoje devem ser lembrados pelo respeito a este pedaço de chão. Homens públicos que com suas administrações, marcaram o nosso município. Devido ao comprometimento administrativo deles, Itabuna passou a ser a terceira cidade do Estado, em termos de desenvolvimento socioeconômico. Itabuna era orgulho dos itabunense.

Na década de 1990, com a crise do cacau, gerada pelo advento da vassoura de bruxa e por outros fatores, Itabuna passou a viver um estágio de estagnação. Em alguns aspectos, lamentavelmente, até retroceder. Essa grave doença, que surpreendeu o sul da Bahia, trouxe desânimo e empobrecimento socioeconômico em nosso meio, e criou uma onda de pessimismo.

Em meio a esse cenário desfavorável, o Centro Administrativo Firmino Alves foi ocupado por figuras que não tiveram preocupação com o desenvolvimento desta terra, frustrando o cidadão. E é quem, com o suor, esforço e seus impostos, verdadeiramente constrói esta terra. 

Itabuna, que sempre foi descrita por todos como cidade bonita e progressista, passou a ser uma cidade mal administrada, suja, feia, abandonada, verdadeiro palco de violência urbana. Recentemente, chegou ao primeiro lugar em casos de crimes contra nossos jovens e adolescentes em todo o país. Como um verdadeiro paradoxo, enquanto se constrói presídios se fecham escolas. Até quando este estado de coisa irá continuar?

Este é um ano singular para todos nós. Chega mais uma eleição municipal e deveremos escolher mais um gestor e os nossos vereadores. Itabuna precisa se reencontrar no caminho do desenvolvimento político, cultural e social.

E o nosso voto é o maior instrumento que temos e poderemos mudar, mais uma vez, a história desta terra.