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As cefaléias

A dor, embora desconfortável, é um sinal de alerta, de que algo errado está acontecendo no organismo. Os estudiosos reputam a dor renal como a pior, entretanto a dor de cabeça é a mais perturbadora e incapacitante.

Já se catalogou cerca de cento e cinqüenta espécies de dor de cabeça. As pessoas ansiosas, nervosas, vingativas têm dificuldade de lidar com ela. Por outro lado, pacientes que estão de bem com a vida, conseguem enfrentar as dificuldades do dia a dia, contornar os probleminhas, administram melhor a cefaléia.

Na meningite, a dor está associada ao endurecimento do pescoço, náuseas e vômitos. No tumor cerebral, a depender da localização da tumoração, varia a intensidade dela. A dor na face está geralmente relacionada à inflamação dos seios sinusais; à inflamação do nervo trigêmeos, a um problema dentário…

Felizmente, a cefaléia está ligada, via de regra, a doenças não graves. A enxaqueca é uma das queixas mais freqüentes e varia a sua intensidade de paciente a paciente. Ele, além da dor, relata náuseas, vômitos, distúrbios oculares. Entretanto, o único sinal pode ser a dor numa das regiões da caixa craniana.

Geralmente, o doente procura o clínico que, através da história clínica e de outros procedimentos, fará o diagnóstico. Se a dor for de origem ocular, será encaminhado ao oftalmologista; se for renal, ao nefrologista; e assim por diante.

A etiologia, sendo tumoral, caberá uma intervenção cirúrgica. Nas dores crônicas como na enxaqueca, o tratamento será através de analgésicos.

Há quase duzentos anos, descobriu-se o valor terapêutico da aspirina, o AAS, originariamente, obtido do salgueiro. Com o desenvolvimento da Química, hoje, aquela substância é sintetizada. O analgésico, com o tempo, vai perdendo sua eficácia. É preciso aumentar a dose ou trocar de analgésico. Quem suporta a dor?. O poeta João Cabral de Melo Neto sofreu durante cinquenta anos de enxaqueca.

Segundo um depoimento seu, algumas vezes, ingeria todo dia doze comprimidos de aspirina. Em homenagem ao medicamento, dedicou-lhe um poema. O preceito do médico será curar quando puder, mas consolar sempre.