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Doença de Chagas

A transmissão da doença de chagas ocorre quando insetos infectados da subfamília triatominae picam o homem. O vetor, também conhecido por barbeiro, tem hábitos noturnos, escondendo-se durante o dia nas frestas das casas de taipa ou atrás de quadros pendurados nas paredes. O homem, o cão e o gato constituem seu reservatório natural. À noite, sai dos seus esconderijos e picam a pessoa em qualquer parte do corpo, geralmente a face. Após a picada, o inseto defeca e nas fezes estão os protozoários–tripanossoma cruzi – que ganham a corrente sanguínea. Há regiões de alta endemicidade, sendo relatados vários casos por ano da patologia. Na Bahia, a região onde há mais casos da doença é a região Oeste.

Uma vez na corrente sanguínea, o parasita se multiplica, causando danos ao aparelho digestivo e ao coração. Na fase aguda, há inchaço na área da picada, febre, e, muitas vezes essa fase é confundida com outras doenças. Na fase crônica, o coração se dilata, tornando-se insuficiente. O paciente apresenta aumento do baço e do fígado, edema dos membros inferiores, no abdômen aparece a ascite ou barriga d’água, dificultando a respiração. É comum, nas fases avançadas da miocardite chagásica, o paciente apresentar um quadro de edema agudo de pulmão.

Uma minoria das pessoas picadas pelo barbeiro desenvolverá a doença, que levará de dez a trinta anos para se manifestar. O xenodiagnóstico e a reação de Machado Guerreiro constituem os testes diagnósticos. Na fase aguda tem-se experimentado vários tratamentos. Nas áreas endêmicas, deve-se habitar casas com reboco, usar mosquiteiros.

Deve-se destacar os trabalhos de Carlos Chagas que, atraído por vários casos de morte súbita na cidade de Lassance, Minas Gerais, para lá se dirigiu. Usando um microscópio, isolou nas fezes de barbeiros infectados parasitos que, em homenagem a Osvaldo Cruz, denominou- os de Tripanossoma cru.