Artigo

Vacinas e Antibióticos

No início dos tempos, o ser humano estava exposto às doenças e sua única defesa era seu sistema imunológico. Isso explica o porquê de os europeus que, há séculos, estarem exposto à varíola, adoecer menos que os índios. Aliás, estes que desconheciam várias enfermidades e, portanto, não possuírem anticorpos contra elas, quando entravam em contacto com bactérias e vírus causadores das doenças infecto- -contagiosas adoeciam e iam ao óbito. Essa realidade amarga viria se modificar quando Edward Jenner, um médico que trabalhava no meio rural da Inglaterra no século XIX, observou que as ordenhadoras de vacas nunca adoeciam de varíola e apresentavam em suas mãos pústulas semelhantes às causadas por àquela enfermidade em humanos. Jenner, recolheu um pouco das secreções das mãos de uma ordenhadora e escarificou o braço de uma criança inoculando a secreção.

O garoto cresceu e nunca contraiu o terrível Mal daquela época. Jenner, sem saber, estava abrindo um novo caminho para a Medicina. Outras pessoas foram vacinadas com sucesso. Jenner estocava as secreções em frascos cuja durabilidade era pequena. Jenner, notando que as feridas nas mãos das ordenhadoras eram causadas por uma espécie de varíola que afetava as vacas, intuitivamente, descobriu que as secreções produziam nas pessoas algo (hoje conhecido como anticorpo) que as evitava de adoecer. Mais tarde, o vírus da varíola como de outras doenças seriam inativados por substâncias, não produzindo doença, mantendo, porém, a produção de anticorpos que iriam “lutar” com os micróbios. Até o momento não se desenvolveram vacinas para todas as enfermidades infectocontagiosas. Para substituí-las usam-se os antibióticos. O primeiro medicamento usado contra as infecções foi as sulfas sintetizada por Domagk na década de 1930. Em 1 928, Fleming, saindo de férias, deixou em sua sala umas placas de Petri semeadas com bactérias.

No retorno, Ele notou que as bactérias não se tinham desenvolvido como se era de esperar. As placas de Petri tinham sido contaminadas por um fungo (Penicillium notatum) que inibiu o desenvolvimento das bactérias. Fleming constatou, então, que o Penicillium notatum produzia uma substância – a penicilina – que viria revolucionar a Medicina. Entretanto, só após a Segunda Guerra Mundial, as experiências de Fleming foram retomadas por Florey e Chain e o antibiótico passou a ser comercializado. Fleming, Florey e Chain receberam o prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia e não patentearam a penicilina. Com a descoberta da penicilina, pesquisadores passaram a buscar outros antibióticos. Em 1 948, Waksman e colaboradores descobriram a estreptomicina, o primeiro antibiótico usado no tratamento da tuberculose. Infelizmente, com o passar do tempo, as bactérias tornam-se resistentes a alguns antibióticos. Daí, estes medicamentos só poderem ser prescritos por médicos e os pacientes não devem interromper o tratamento a não ser em casos de alergia a eles.