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O câncer e o fosfoetanolaminao

Recentemente, divulgou-se pela imprensa a síntese de um novo medicamento usado no tratamento do câncer – o fosfoetanolamina. Qualquer medicamento, inclusive os anti-neoplásicos ou anticancerígenos, inicialmente são testados em animais. A nova droga, apresentando bons resultados nas cobaias, é submetida a novos testes em humanos. Por fim, a agência reguladora autoriza-lhe a comercialização. Os animais são muito importantes, pois quem aceitaria usar uma substância desconhecida que pode curar, mas que pode também ser um veneno? Faz alguns anos que um anti-inflamatório foi sintetizado e após ter sido aprovado pelas agências reguladoras dos diversos países onde estava sendo comercializado, começou a apresentar um efeito colateral grave e vários pacientes foram ao óbito. Este medicamento teve sua produção e comercialização proibidas.

A fosfoetanolamina, sintetizada por um laboratório e testada só em cobaias, mas não em humanos, chegou às mãos de algumas pessoas com câncer que a usaram, apresentando, segundo essas pessoas, bons resultados.

É importante afirmar que os testes de uma nova droga são realizados por pesquisadores além de, reitera-se, ser aprovada pela agência reguladora que no nosso país é a Anvisa. Igualmente, deve-se ressaltar que os pacientes devem ser acompanhados por médicos especializados – os oncologistas e não se tratarem por conta própria. Esses pacientes, não tendo mais acesso a fosfoetanolamina, entraram na Justiça para obter o direito de recebê-la e tiveram seu pleito atendido.

O câncer é uma doença complexa e, portanto, tem tratamento complexo. Não se deve crer que foi descoberta um medicamento para a cura do câncer. Atualmente, várias substâncias, geralmente extraídas de plantas, estão sendo testadas com o objetivo de ser usadas no tratamento dos diversos tipos de neoplasia. O câncer, ainda deverá ser tratado por diversas substâncias, pela radioterapia e pela cirurgia.