Artigo

Envenenamento por cobras

Entende-se por animais peçonhentos aqueles que produzem e armazenam em órgãos especiais substâncias tóxicas ou venenosas. Essas substâncias são utilizadas pelo predador com o fim de imobilizar suas presas. Eventualmente, o homem é picado por esses animais, causando-lhe envenenamento agudo, podendo evoluir para o óbito.

Tais toxinas ou venenos, a depender da espécie, atuam no sistema nervoso central, no sangue, causando hemorragias; na pele, causando feridas ou até gangrenas. Para o lado do sistema urinário causam sangramentos, diminuição da secreção urinária ou até mesmo sua suspensão, levando à insuficiência renal aguda.

É necessário identificar o animal para facilitar o tratamento mas nem sempre a identificação é possível.

No nosso meio, as cobras representam a maioria dos acidentes por animais peçonhentos, levando às faltas ao trabalho e até mesmo a Incapacidade com a amputação de membros ou à morte. As cobras venenosas classificam-se nos gêneros Crotallus, Bothrops, Lachesis e Micrurus. Do primeiro gênero fazem parte as cascáveis; do segundo, a jararaca jaracuçu, urutu; do terceiro, surucucu pico de jaca; e do último gênero, coral verdadeira. Não confundir a coral verdadeira com a falsa coral, que não é venenosa. Como para o leigo não é possível fazer as distinções entre elas, é necessário tomar cuidado, na eventualidade de se deparar com elas.

Uma vez ocorrido o acidente, procurar o hospital onde se ofereça o soro antiofídico. Desconhecendo a cobra, fazer uso do soro polivalente. A Vital Brasil Mineiro da Campanha devem ser lembrados os trabalhos pioneiros na soroterapia antiofídica. No início de suas pesquisas, ele injetava quantidades pequenas de veneno de cobras em cavalos. Decorrido certo tempo, Vital Brasil retirava do sangue do cavalo anticorpos contra o veneno do ofídio. Esses anticorpos, injetados no homem, vão neutralizar o veneno.

Uma última dica: Na região cacaueira não há a cascavel, sendo, porém encontradas as jararacas, a surucucu pico de jaca e as corais.