Artigo

Vacinação

Como vimos no artigo anterior, há dois métodos para prevenir as doenças infectocontagiosas: a soroterapia e a vacinoterapia. No primeiro caso, o antígeno é introduzido num animal que responde formando anticorpos. Estes, após filtrados, são injetados no homem, conferindo-lhe uma imunidade imediata, porém fugaz, não ultrapassando os 15 dias. Já na vacinação, o antígeno (veneno, substâncias produzidas por bactérias, vírus etc.) é injetado no homem, dando-lhe uma imunidade que não é imediata, porém é duradoura, geralmente de 10 anos. Depreende-se, então, que na soroterapia a proteção é automática, mas na vacinoterapia é necessário esperar alguns dias e até meses para ocorrer a proteção vacinal.

Edward Jenner, um médico inglês, no século XVlll, observando que as ordenhadoras de vacas tinham nas mãos pústulas e que jamais adoeciam de varíola, concluiu que elas desenvolviam uma varíola benigna, diferenciando da humana, que apresentava alta mortalidade. Jenner, pegando o líquido retirado das pústulas de uma ordenhadora, inoculou-o no braço de um garoto, que não adoeceu. Estava descoberta uma importante arma terapêutica.

Muitos anos depois, Louis Pasteur, atenuando(enfraquecendo) o vírus da raiva obtido da saliva de um cão raivoso, teve êxito em preparar a vacina antirrábica. A vacina, que é uma suspensão de bactérias ou vírus atenuados, ao ser injetada no indivíduo vai provocar-lhe a formação de anticorpos que o protegerá quando ele entrar em contato com o germe. Este não causará doença, pois os anticorpos vão destruí-lo.

Após os trabalhos de Jenner e Pasteur, vários pesquisadores desenvolveram outras vacinas. Assim, há a BCG contra a tuberculose; a SABIN contra a poliomielite; a DPT contra difteria, coqueluche e tétano; a antimalárica contra a malária etc.

Já estão longe os dias em que o homem estava indefeso contra as doenças infectocontagiosas. A varíola foi erradicada do planeta e brevemente será a poliomielite.