Artigo

Profissão… Advogado

É de conhecimento geral que todas as profissões e atividades laborativas humanas são nobres e importantes na medida em que todas contribuem à sua maneira para o progresso social. Mas hoje, nosso texto diz respeito à estigmatizada profissão de advogado.

Profissionais de outras áreas estranharam o fato de a Constituição no artigo 133, destacar o advogado, considerando-o inviolável. Tal inviolabilidade do advogado não é absoluta. Equivocam-se aqueles que pensam que a proteção é privilégio do profissional. Na verdade é um resguardo do cliente, que confia a ele documentos e confissões da esfera íntima, de natureza conflitiva e, não raro, objeto de reivindicações e até de agressiva cobiça alheia, que precisam ser resguardados e protegidos de maneira qualificada.

Muitos já devem ter percebido, advogados ou não, o quanto jocosamente e pretensamente os advogados são ofendidos… Basta uma discussão acirrada, a perda da esportiva do interlocutor, e logo vem o ataque: “Espertalhão, eu não confio nem dormindo…”

O anedotário popular está cheio de caricaturas sob tal profissão: larápio, esperto, mercenário, e por ai vai. Nesse álbum de caricaturas, os advogados são massacrados. Com isso, o modelo original vai se desvirtuando do imaginário popular.

O advogado é defensor do Estado Democrático de Direito, da cidadania, da moralidade pública, da justiça e da paz social, subordinando a atividade do seu Ministério Privado à elevada função pública que exerce.

Uma boa parte das pessoas não compreende os deveres de sigilo e de lealdade do advogado com os seus clientes – ao contrário, têm raiva. Não percebem o sofrimento íntimo que às vezes podem assaltar a mente do advogado na preservação desse dever de sigilo e lealdade constituinte.

Falam mal, ofendem na tentativa de denegrir a imagem de muitos de muitos que não merecem.

Atentem ao que vou contar-lhe amável leitor:

Estava num aniversário quando fui abordada por um individuo que foi logo falando: “Conhece a mais nova Barbie advogada? Percebi de imediato que coisa boa não era. Tentei me afastar discretamente, mas não deu, o falador foi logo dizendo: “Um sujeito foi comprar um presente para a filha em uma loja de brinquedos – entra e pergunta a vendedora: Quanto custa á Barbie que está na vitrine? Educadamente a vendedora responde: “Qual Barbie, senhor? Nós temos Barbie vai à academia por R$ 19,90; Barbie vai às compras R$ 19,90; Barbie vai à praia R$ 19,90; Barbie vai à dançar R$ 19,90; Barbie advogada divorciada por R$ 290,00.

O cara assombrado pergunta: Por que a Barbie divorciada custa R$ 290,00. Enquanto as outras custam apenas R$ 19,90?

A vendedora responde: – Senhor, a Barbie advogada divorciada vem com o carro do Bob, a casa do Bob, a lancha o trai, os móveis, até o celular do Bob”.

Oh! Céus, ninguém merece… Todavia, nós militantes da advocacia, quer seja como profissional ou futuro juristas, devemos ter a consciência de que a ética está acima de qualquer iniciativa, e que o Direito é um meio de mitigar as desigualdades para o encontro de soluções justas.

No mais, reafirmo que o advogado bom mesmo é aquele que aprendeu muito de leis, mas aprendeu muito mais de gente.