Entrevista

Entrevista com Ramiro Soares Aquino, jornalista e um dos fundadores da Academia Grapiuna de Letras (AGRAL)

Direitos – Por que a AGRAL?

Ramiro Soares Aquino

Primeiro pelo espaço que tínhamos na cidade onde não existia uma instituição do gênero, enquanto a co-irmã Ilhéus já tinha a sua cinqüentenária ALI, que até nos serviu de exemplo.

Depois pelo número relevante de intelectuais existentes na cidade ou a ela vinculados sem uma entidade da espécie que os pudesse congregar. E ainda por sua abrangência voltada não só para a literatura, mas para acolher todos aqueles que estimulam ou defendem a cultura regional, seja através dos livros ou de outras atividades como a produção cultural, o teatro, o cinema, a música, o jornalismo, etc.

Direitos – E como é o sentimento de ser chamado “imortal”?

RSA – Confesso que não gosto do termo. A imortalidade fica por conta dos exemplos dignificantes e éticos que podemos deixar para os pósteros. Prefiro ser chamado “acadêmico”.

Direitos – A Diretoria de Eventos que você assume a que exatamente se propõe?

RSA – A proposta é promover e apoiar grandes eventos em torno da nossa cultura. Muitas datas e nomes da nossa história cultural irão certamente cair no esquecimento se não
houver quem os lembre. Por exemplo: os Patronos da Academia não terão os seus nomes esquecidos. Já temos uma grade de eventos a ser cumprida que certamente vai preencher essa lacuna.

Direitos – Depois de mais de 50 anos da Academia de Letras de Ilhéus de repente Itabuna aparece com duas academias. A que se deveu esse fato?

RSA – Na luta pela cultura acho que há espaço para todos. A
caçula ALITA, que tem na presidência o Juiz de Direito Marcos Bandeira, deve ser recebida com o sentimento de boas vindas que uma entidade cultural merece. Defendo que vaidades pessoais não devam prevalecer. Saúdo a nova entidade, sua diretoria e seus acadêmicos.

Direitos – Depois de criada quais os próximos passos da AGRAL?

RSA – Na última edição o presidente Ivann Kbrebs Montenegro já descreveu em linhas gerais quais serão os próximos passos e muitos já foram dados. Como algumas dessas providências estão afetas à nossa diretoria, já estamos preparando a solenidade de instalação, que deverá ocorrer ainda neste mês de maio.

Direitos – Os acadêmicos fundadores tiveram a primazia de escolher o seu Patrono. Qual a cadeira e patrono do Acadêmico Ramiro Aquino?

RSA – Eu poderia ter escolhido qualquer patrono num universo de cerca de 100 nomes, dentre os quais figurava o de meu pai, José Nunes de Aquino, mas optei pelo nome do poeta itabunense José Teixeira Bastos, cuja cadeira é a de número 9. Ademais, José Bastos foi um grande amigo de meu pai, que onde está certamente ficou feliz com a escolha.