Artigo

Segurança Pública/Desafio/Causa/Efeito

Toda extensão da mídia na atualidade está voltada para a Segurança Pública, em decorrência dos grandes índices de violência que vêm atingindo a sociedade brasileira, aliados aos altos índices de audiência que se obtém com a imbatível desgraça alheia.

Mas há uma pergunta que não quer calar: O modelo de segurança brasileira sofreu transformação? Os índices de violência dos anos 60 a 80 são os mesmos da atualidade?

Foram equipadas as polícias para o combate ao crime geral e ao organizado?

As condições de trabalho evoluíram, no plano material (equipamentos, armamentos, viaturas, capacitação, recursos tecnológicos e de defesa), e no plano funcional, houve melhoria com salários justos para os cargos de carreira policial?

E o intelectual, há curso de aproveitamento com qualidade para todos em suas unidades onde são lotados?

Os índices da mídia trazendo a violência como principal foco de audiência é negativo?

É positivo?

Por que assumiu a violência o patamar principal da divulgação, preterindo-se e relegando-se os projetos culturais, artísticos, turísticos e educativos a segundo plano?

Porque o Estado continua inerte. A legislação está ultrapassada ou avançou no contexto social? Há controle de natalidade, evitando que pessoas inocentes nasça e fiquem ao deus-dará? Ou jovens excluídas, sem formação, continuam jogando filhos nas ruas, consolidando a máxima “Cuide de seu filho, antes que um traficante o adote”? Todas as crianças e adolescentes estão freqüentando as escolas e estão estudando mesmo?

Há desenvolvimento humano com trabalho e renda para todos os brasileiros (IDH)? Os direitos humanos estão protegendo as vítimas da violência?

Ou só existem direitos humanos para os bandidos? Consta em dados fornecidos pelo Governo que o Brasil tem planejamento e estratégias para o efetivo controle da violência?

Há política estrutural questionando a Segurança como um todo, e os moldes específicos de combate a esta violência?

Não, não há política séria de questionamento efetivo. Temos, sim, planejamento empírico de ordem emergencial, pontuando nas partes afetadas e o prejuízo segue burlando a sociedade, bilhões são gastos com a violência sem resultado.

Insurge de repente que estamos vivendo um caos, de um lado a violência, do outro a criminalidade se espalhando pelo país de Norte a Sul e a população continuando em pânico, presa em suas casas cheias de grades e armadilhas.

“COM EDUCAÇÃO, O BRASILEIRO TERÁ TRABALHO E RENDA. NÃO ADIANTA
DIZER QUE O BRASILEIRO VIVE NO PAÍS MAIS ALEGRE DO MUNDO POR ISSO OU POR AQUILO. SEM EDUCAÇÃO, O HOMEM NÃO DESENVOLVE SUA CAPACIDADE DE DISCERNIMENTO.”

Os Comandos para Segurança Pública estão localizados nos pontos Centrais e Estratégicos para uma resposta imediata e efetiva às necessidades básicas do cidadão? Quando se exige uma ação policial preventiva ou ostensiva, a resposta segue a necessidade? A tão falada União das polícias brasileiras estão dando resultado ou ficaram só na ficção?

O atendimento ao cidadão é satisfatório?
O Estado, através dos seus dirigentes, está observando que o crime se expandiu e o Estado encolheu?

Não, em nada estar a observar o que é essencial e justo. Não existe Governo certo com a mudança só de partido, muda aqui ou acolá, se não for encarada a Segurança como prioridade, como pedra angular. Não adianta fazer escolas avançadas se o estudante não tem segurança para freqüentá-la. Não adianta criar ótimos centros de saúde se o jovem não pode aproveitar porque morreu antes de ser atendido. O Trinômio educação/trabalho e segurança é fundamental.

Com educação, o brasileiro terá trabalho e renda. Não adianta dizer que o brasileiro vive no país mais alegre do mundo por isso ou por aquilo. Sem educação, o homem não desenvolve sua capacidade de discernimento. Sem segurança, sem distribuição igual de renda e sem trabalho, aliada à fome o caminho mais rápido é o crime. Quem tem fome tem pressa, nunca é demais lembrar. O velho discurso das autoridades continua o mesmo. No período eleitoreiro surgem promessas infundadas e mirabolantes que assustam os mais esclarecidos e muito pior para ou menos alfabetizados que acreditam em milagre. “Vou dar isso, vou dar aquilo”! Será assim, o voto livre do eleitor? Ou condicionado à melhoria pessoal? Quando em verdade é obrigação do Estado, Município dar o que prevê a Constituição sem favores.
O cidadão que precisa de segurança para trabalhar e viver, como fica? A radiografia da violência não é só o inimigo da sociedade, é também dos policiais, como se verifica nos noticiários diuturnos 32 policiais mortos só na Bahia. Se a sociedade como um todo não se mobilizar para mudar esse cenário, o Projeto para Segurança Pública não sairá do papel, e ficará para sempre dentro das gavetas dos políticos elitistas, ávidos pela ganância do poder e privilégios, enquanto o povo toma o cálice amargo do fel ofertado pela bandidagem.