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O salmo 133, símbolo do amor fraternal

A BÍBLIA SAGRADA é parte integrante dos utensílios maçônicos. Já houve divergências quanto a isto, em decorrência da liberdade de uso, e respeito ao credo de cada um. Na Inglaterra, no entanto, sempre foi costume abrirse a BÍBLIA no Salmo 133, estando a Loja trabalhando em Grau de Aprendiz. No Brasil, por decisão da Assembléia Geral da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil – CMSB, de junho de 1952, as Grandes Lojas também seguiram a mesma orientação, abrindo o Livro da Lei no Salmo 133, versículos 1, 2 e 3, procedendo a leitura na abertura dos trabalhos do Grau de Aprendiz. O mesmo ocorre com as Lojas do Grande Oriente do Brasil. Contudo, quando do juramento, cada um tem o direito de exigir o livro sagrado de sua fé.

Versículo 1: “Oh! quão bom e quão suave é que os Irmãos vivam em união” Entre os antigos hebreus os filhos nunca deixavam a tenda do pai. Quando um rapaz se casava, outra tenda era levantada. Somente as moças mudavam para a tenda de seus maridos.

Era o ideal da família, que “os irmãos habitassem em união”.

Versículo 2: “É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Aarão, e que desce a orla de suas vestes”. A barba, para os judeus, era um sinal de veneração e virilidade. Se um convidado fosse recebido para jantar, as boas vindas lhe eram dadas derramando-se óleo sobre sua cabeça. Se o convidado era especial, o óleo era derramado em abundância e descia de sua cabeça aos pés, passando pela barba, pescoço, até o vestuário.

A referência a Aarão decorre do fato dele ter sido ungido Alto Sacerdote por Moisés, com óleo derramado sobre sua cabeça, isto antes do êxodo. Esta prática permaneceu para a sagração Versículo 3: “Como o orvalho de Hermon que desce sobre os montes de Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre”.

Este versículo é considerado o mais significativo, sob os aspectos espiritual, humano e natural. O Majestoso Monte Hermon localiza-se no extremo norte de Israel, perto de Cesaréia de Filipe. Era chamado Senir pelos amorreus e de Siriom pelos sidônios. Eleva-se a 2.814 metros acima do nível do mar e se estende uns 30 Km de Norte a Sul. Seu nome significa “o que pode ser visto de longe”.

A citação do orvalho do Hermon alude ao fato que, naquelas regiões do Oriente, apesar do clima muitas vezes inóspito, o orvalho faz os campos florescerem e produzir boas ceifas.

Sendo que as elevações do Hermon, sempre cobertas de neve, fazem ascender vapores noturnos que são transportados, pelas frias correntes de ar que dali descem procedentes do Norte, a grandes distâncias, e se condensam até sobre as montes do Sião, situados a 150 quilometros, ao Sul, caindo sobre a terra na forma de orvalho noturno. O mais alto cume dos montes de Sião possui 765 metros de altitude e é lá que estão as nascentes do Rio Jordão. Sião era uma cidade próxima a Jerusalém. Em 1058 a.C.. Foi tomada por David, que ali introduziu a Arca da Aliança e preparou o material e o plano para a construção do Templo Sagrado, que somente mais tarde foi executado por seu filho, o rei Salomão dos posteriores Sumos Sacerdotes, que simbolizam Aarão.