Artigo

Testemunhamos o que vivemos na carne

Somos uma comunidade no mais profundo sentido porque estamos unidos por aquilo que somos: somos Canção Nova, trazendo em nós o mesmo dom e sendo destinados à mesma missão.

São esses laços que nos ligam uns aos outros. Com frequência, temos dificuldades e, por vezes, bem grandes. A convivência nem sempre é fácil. Se permanecemos unidos, vivendo e trabalhando juntos, é porque algo mais forte nos segura. Mais ainda: em momentos muito dolorosos em que a situação ficou muito difícil, constatamos: quem nos segurou foi Deus. Nessa hora, até os laços de ser e de missão se eclipsaram e quem nos segurou pela mão foi Deus, porque Ele tinha esse lugar e essa missão para nós. Foi Ele quem nos constituiu juntos, em comunidade.

Vivendo juntos somos testemunhas da ação de Deus uns aos outros. Vemos a restauração acontecendo. Vemos o progresso, o crescimento, o H o m e m N o v o d e s a b r o c h a n d o . Acompanhamos de perto o processo de cura: a pessoa sendo desvencilhada das amarras, dos freios, dos medos, das inseguranças.

Assistimos de perto a toda a caminhada de libertação.
Percebemos as resistências, os recuos, as paradas, as quedas… Acompanhamos a luta que se trava dentro de cada um. Nem sempre entendemos o que se passa no interior da pessoa.

Com frequência não temos como ajudar. Somos presença, rezamos, respeitamos, amamos…
Damos-lhe a chance de viver sozinha o que só ela pode viver: a gestação difícil, o parto doloroso…
Tudo isso nos une muito, nos estreita, nos faz um; aí todos nos igualamos: passamos todos por esse processo doloroso de restauração, cada um a seu tempo, à sua maneira, em sua situação concreta.

Mas todos passamos por essa mesma páscoa: a passagem do homem velho para o homem novo; a vitória da vida sobre as forças de morte que existem em nós; a vinda da luz sobre as trevas que ainda nos envolvem. Dessa forma, experimentamos em nossa própria carne o que vamos testemunhar e ajudar os outros a viver.