Artigo

Globalização

O Brasil está classificado como terceiro país com o maior número de desempregados do mundo. São mais de 9 milhões, cifras inferior apenas às da Rússia e da Índia.

Essa desastrosa classificação é fruto de um também desastroso “progresso” que está sendo posto em prática. Segundo essa visão, ser próspero é tem um Produto Interno Bruto (PIB) elevado, ser competitivo, abrir as fronteira para a livre concorrência (semelhanças com a abertura dos Portos às Nações Amigas, não é mera coincidência não). O que importa é a circulação dos bens materiais avaliados em moeda. O povo em atividade, as cultura locais, a estrutura industrial existente, a falta de condições para competir, nada disso é levado em conta. O que importa é a competição internacional, alegam porque a globalização é um fato concreto.

Segundo eles, não há alternativas: quem não tem condições de competir internacionalmente deve sair do mercado e sobreviver das migalhas. Essa abusiva idéia global estará trazendo conseqüências irreversíveis, a médio e curto prazo (aliás, já estamos vendo e sentido na pele –desemprego, fome, miséria…), à manutenção básica do sistema econômico-social para os países que, tal como o Brasil, não se programaram para entrar nesse “progresso”.

A competição, a concorrência, os melhores preços, a globalização, a troca de homens por máquinas sem a preocupação com a criação de novas frentes de trabalho estão colocando em risco a estabilidade do nosso sistema de relações sociais.

A produção em massa, baseada na margem de lucro mínimo sobre a grande produtividade, está sendo substituída pela lógica do sucateamento tecnológico: produz-se para os poucos que podem manter-se atualizados, produtos de pontas elaboradas por uma mão-de-obra cada vez mais reduzida. Resultado: milhares (porque não dizer milhões) de pessoas do lado de fora do sistema, sem produzir e sem consumir.

Não se mede a evolução, a prosperidade e a grandeza de uma nação somente através de seu superávit comercial. Uma sociedade só será evoluída se o seu povo também o ser e ter trabalho. O trabalho é à base da sanidade corporal e espiritual.

Uma nação cujo povo trabalha e tem acesso ao consumo é uma nação sem criminalidade (não digo plenamente sem, mas com taxas menores) e sem doenças.

A competição e a globalização tomadas como idéia fixa devem ser repensadas. Hoje, o maior desafio mundial é a criação de empregos. Para isso, nem sempre a melhor alternativa é ser competitivo em todas as áreas econômicas.

Está na hora de repensarmos (Sociedade e Governo) o modelo econômico que se quer para o nosso País. Não serão programas pontuais de combate a pobrezas; de incentivo ao “primeiro emprego”; de bolsas famílias etc.

Que resolverão os problemas estruturais do qual o desemprego desponta como o mais terrível sintoma. Além disso, o povo precisa aprender a escolher melhor seus governantes e, os governantes devem pensar no povo brasileiro.

E atacar as efetivas causas do mal, é preciso uma mudança de mentalidade, deixando de lado a competição como um fim em si e pensando no fator humano que está por trás dos números, pois um povo com trabalho é um povo mais feliz.