“Por que o Brasil não dá certo?” “O quê você tem feito para mudar o cenário atual?”.
Todos têm nas suas avaliações a primeira resposta, mas poucos respondem à segunda pergunta.
Estas perguntas eram sempre citadas por uma das pessoas que mais se dedicaram à educação e cultura no Brasil: Professor Darci Ribeiro.
A constatação a seguir, desprovida de qualquer ideologia religiosa, contida em obras literárias de Leonardo Boff, apresenta em linhas gerais a diagnose e as transformações desejadas pela ESCOLA DE CIDADANIA para a sociedade e para as comunidades selecionadas para o projeto.
Existe um mal-estar da civilização o qual tem sido constatado há décadas por uma série de analistas e pensadores contemporâneos.
O empobrecimento dos povos da Terra é a conseqüência maior provocada pela sociedade Industrial da chamada era moderna.
Foram gerados os agravamentos das relações sociais, a destruição do meio ambiente, os conflitos étnicos, as guerras econômicas e tudo o mais que foi implantado abalando a legitimação da ordem e a perda dos valores básicos de uma sociedade.
Diz-se que hoje vivemos a era da pós-modernidade na qual os indivíduos têm nos seus valores, os tijolos que construirão um novo cenário de vida, que atenda aos requisitos econômicos e sociais. Inicia-se então a era dos valores, onde não há espaço para a ação de corrupção quer seja no campo sentimental ou material.
A cultura capitalista de valorização do consumismo nos trouxe até onde estamos e a ideologia individualista foi o transporte utilizado nesta viagem fracassada.
Por outro lado, o conceito antigo do trabalho morreu e no seu lugar nasceu o conceito da informação e da comunicação, ficando o local da produção hoje ocupado pela comunicação já que a economia é muito mais de serviço do que de produto.
O rompimento com esta cultura individualista é a única forma de passarmos a novos tempos, de iniciarmos uma nova era, uma era onde a solidariedade e a ética restabeleçam a justiça em todos os seus campos.
No novo ambiente, o planeta Terra precisa recuperar a sua integridade e a de seu equilíbrio ecológico, como condição fundamental para a salvação da humanidade.
A pós-modernidade nos trouxe a busca da redução do individualismo da ordem capitalista e o coletivismo da ordem real-socialista.
Particularmente, o Brasil tem um passado mais distante de colônia, de dominação, com toda sorte de subjugação de cultura e de valores e mais recentemente um longo período ditatorial, de duas décadas.
Historicamente, é a vontade do poder e da dominação que imperam.
Criaram-se as culturas do medo, da corrupção, do enriquecimento ilícito com objetivo de obter o prazer e o do desejo mimético.
Esta última traduz que na raiz de tudo está a estrutura do desejo humano, que é o trampolim para as transformações.
Em relação à pessoa humana, esta não pode mais prescindir do seu direito à dignidade e este direito só estará estabelecido quando a liberdade e a criatividade não lhe forem negados.
Um novo paradigma está se erguendo com muito vigor e função da grave crise ecológica, ele é revolucionário, pois rompe com a ordem vigente, ele é uma revolução civilizacional.
Na seqüência da história, tivemos o Iluminismo, o Capitalismo, o Socialismo e os povos viveram e aprenderam muito com todas as experiências passadas e estamos hoje diante de uma realidade: Que caminho seguir? O quê fazer? O quê é válido para o momento atual neste início do terceiro milênio?
Trabalharemos para a transformação, para a formação do cidadão, e da vida que lhe permita ter esperança e fé no futuro, que terá de ser conquistado coletivamente, e desta conquista, estas pessoas participarão, pois estarão mais preparadas.
Desejamos muito, ter a oportunidade da sua parceria, para juntos na prática, trabalharmos com muito comprometimento, na construção da resposta, para que o Brasil dê certo, com a disseminação da ESCOLA DE CIDADANIA.