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Que Congresso é esse?

Mais um resultado de pesquisa da ONG Transparência Brasil, merecidamente destacada nos noticiários dos grandes meios de comunicação nacional. Com tanta miséria, num país que não tem educação, saúde e segurança, o Congresso Brasileiro gasta R$ 11.545,04 por minuto.

A Transparência Brasil fez as contas e comprovou: o Congresso Brasileiro é o mais caro, comparado ao Legislativo de 11 países, alguns ricos, entre eles os Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha e França. Somos um país em crescimento, com graves desigualdades sociais, salários baixos, pequena renda per capita – e, mesmo assim, o “nosso” Congresso gasta R$ 11.545,04 por minuto. O mandato de cada um dos 513 ilustres deputados custa R$ 10,2 milhões por ano, e o dos 81 senadores, R$ 33,1 milhões.

Em média um parlamentar, brasileiro sai por R$ 10,2 milhões anuais, contra 2,4 milhões em países europeus – a Espanha, Portugal e Itália – e no Canadá. O mandato equivale a 2.068 salários no Brasil – o dobro em relação ao México, 37 vezes maior em comparação com o da Espanha e 34 vezes superior aos gastos públicos por mandato parlamentar na Grã-Bretanha.
As contas impressionaram e assustam.
Antes do reajuste de 28%, que a si mesmos concederam recentemente, os deputados federais gastam cada um, R$ 101 mil por mês, em subsídios, vantagens e verba indenizatória, contra 600 mil anuais na Câmara dos Comuns, Inglaterra.

Nas assembléias estaduais, também se gasta mais do que no G-8, que é o grupo dos paises mais ricos. Quinze Estados brasileiros apresentam custos por mandato superior ao da Itália. Em Tocantins, o Estado de menor gasto parlamentar, as despesas do mandato superam as da Espanha e Portugal.

Um vereador do Rio de Janeiro e São Paulo custa mais que um congressista americano.

Foram consideradas, no levantamento da ONG, a renda per capita e o salário mínimo dos países comparados. O custobenefício no Brasil, onde tardam respostas rápidas, concretas e válidas do Congresso às necessidades sociais urgentes. Aliás, sempre houve a suspeita de ser o Brasil mais rico do que parece; senão impõe como sociedade afluente, será por obra do desperdício com o erário.

Do estudo da Transparência Brasil emerge o perfil do parlamentar brasileiro nas esferas da União, Estados e Municípios.

Seria um político sem espírito patriótico, centrado em interesses pessoais, alienados da realidade. Em situação privilegiada, acima de punições que atingem o cidadão comum, ainda assim, envolve-se – nem todos, felizmente – em atos de corrupção, mancha o mandato e desacredita a instituição a que pertence.

Para o coordenador de projetos da Transparência Brasil, Marcelo Soares um dos pesquisadores do estudo, os números permitem concluir que o Legislativo brasileiro gasta muito e de maneira que não traz resultados positivos à população. “Isso (os gastos) é um luxo que o Brasil não pode se dar”, afirmou o pesquisador. “Quanto mais reunimos informações sobre os gastos públicos, mas temos a impressão de que recebemos pouco pelo muito que se paga (aos parlamentares)”, comentou.

Para Soares, o Congresso Nacional tem uma estrutura “Luxuossima” que não têm parâmetros para comparar, pois nem os parlamentos de primeiro mundo gastam tanto com deputados e senadores.

O estudo da Transparência Brasil foi realizado com base em pesquisas feitas na internet sobre o valor destinado ao Poder Legislativo nos orçamentos nacionais de 11 países. Apenas no Canadá foi preciso entra em contato com o Ministério das Finanças.

Será que esses “senhores” não se envergonham disso? Ganham tanto para fazer o quê? Nada. Os números são absurdos e estarrecedores. No ano que vem teremos eleições e, esperamos que a partir dessa eleição comecemos a passar o Brasil a “limpo”.