Artigo

100 ANOS

Vivendo no mais importante pólo comercial do sul da Bahia, confesso que durante muito tempo relutei em escrever algo a respeito do centenário dessa cidade que de há muito é minha paixão confessa. O tempo, no entanto, é, para nós historiadores, muito sedutor.

Algumas datas e o que significam, são por demais fantásticas para serem deixadas pra lá. Assim vou aqui tentar falar um pouco sobre Itabuna. Ex-distrito de Ilhéus, berço de uma das mais importante classe mercantil da região Cacaueira, pioneira na oferta de itens varejista antes só disponíveis nas capitais dos estados (em algums, diga-se de passagem). Centro de educação e saúde, para onde convergem pessoas de várias regiões da Bahia e de outros estados. Cidade boêmia, com uma infindável quantidade de bares, botecos e restaurantes que fazem a alegria daqueles que, como eu, adoram a vida noturna, a conversa no barzinho, o som do violão e da sanfona, a boa comida.

Itabuna é tudo isso, mas também mais. É encanto, de uma beleza que está na margem de seu mais importante rio. Afinal mesmo poluído e maltratado é o Cachoeira e as árvores que compõem com ele as avenidas Beira Rio e Aziz Maron, de uma beleza que encanta e inebria. Seus prédios fazem jus à imponência e vigor da economia e dos empreendedores que jamais pensaram esta terra pequena, que sempre viram nela mais e possível, que jamais se intimidaram e perceberam aqui a possibilidade de fazer brotar uma civilização plena do cacau.

Itabuna caracteriza-se também por outra faceta que encanta: a beleza de suas mulheres: como tem charme, como são admiráveis. É inebriante poder caminhar por ruas, praças, avenidas.

Ir aos bares é como entrar em um dos mitos greco-romanos e ai deparar com deusas, ninfas, semi-deusas, cada uma a lançar em nós, pobres mortais, seu mais puro encanto. Nossa cidade é tudo isso mas, é também o descaso, o abandono por parte do governo municipal. Confesso não ter entendido até hoje como pôde uma população tão grande e variada ter confiado a direção do município a dois gestores tão pouco antenados àquilo que o mundo moderno tem exigido dos que estão à frente da administração municipal.

Da inépcia de um antigo coronel à inoperância de um capitão, temos convivido com montes de lixo, descaso na saúde, violência cada vez maior, falta de apoio e incentivo ao comércio local, ausência de eventos culturais e de festas, morte de muitas manifestações tipicamente grapiúna.

Assim vamos chegando ao centenário da cidade. Assim, vamos caminhando para forjar mais um passo na construção cotidiana dessa urbe. Faço votos que o futuro nos reserve dias melhores que os atuais, e que as próximas datas redondas, que com toda certeza vamos comemorar, venham juntas com maior e melhor gestão municipal.

Com carinho, com afeto: Parabéns Tabocas.