Artigo

Poesias

Ladra

Morte, és ladra!
Da presença dos amados,
Ladra das palavras,
Engolidas por tua titânica força,
Que me assusta,
Que me confina.
Ladra da compreensão,
Tantas lágrimas roubadas do meu coração.
Que desolação!
És gelada como o inverno,
Afiada como um punhal
Que sangra o dia-a-dia
De muitos que feriste
Com a ausência dos amados.
Trépida fico…
Quando penso,
Quando sinto
A tua dolorosa presença.
Enigmática, insidiosa morte!
Já roubaste alguns meus,
Já roubaste alegrias minhas,
Já roubaste sonhos meus.
És ladra!
És falsa!
És egoísta!
Funesta, trevas!
Roubas alguns de muitos
Amores, sabores de outros
Mas não roubas a saudade,
Lembranças…e o amor
Que mansamente aplacam minh´alma.
Aí, és derrotada!

Mundo Vázio, Por: WAGNER ALBERTSSON (Clube do Poeta do Sul da Bahia)

Ainda não
me encontrei
na tua
vida.
Sou redemoinho,
beco sem
saída,
chama apagada
na tua
longa
tortuosa
estrada.
Queria ser
o preferido
dos teus
beijos,
fonte infinita
de alegria
e desejos.
Mas…nem
sou mar
nem sou
rio.
Sou mais
uma presença
opaca
neste teu
mundo vazio.