Artigo

Clube do Poeta Sul da Bahia desenvolve projeto

O Rio Cachoeira é um importante Rio do sul da Bahia, banha diversos municípios da Região do Cacau e nasce na “Serra de Quiricana” no município de Itororó com o nome de rio Colônia, encontrando-se com o rio Salgado no município de Itapé se transforma no Rio Cachoeira até desaguar em Ilhéus, numa extensão de cerca de 150 quilômetros.

Conta ainda com o desembocar do rio Piabanha que nasce na confluência dos municípios de Pau Brasil e Jussari, passando pelo distrito itabunense de Itamaracá. Hoje, o Piabanha que abastece a população desse distrito, é considerado um dos maiores afluentes do rio Cachoeira, pois ainda goza do privilégio de ter sua nascente em local ainda privilegiado remanescente da Mata Atlântica.

Ao contrário do Piabanha, o Colônia e o Salgado têm suas nascentes em municípios com grandes índices de desmatamentos. Nascentes essas, localizadas na região dos municípios de: Itapetinga, Itajú do Colônia e Poções, (onde a pecuária domina) que precisam ser reparadas com mais atenção pelas autoridades, levando-se em conta de que são rios muito importantes para a sobrevivência da população e o bem estar dos municípios do sul da Bahia que são cortados por eles.

Entre os municípios estão: Itororó, Firmino Alves, Santa Cruz da Vitória, Floresta Azul, Itajú do Colônia, Itapé, Ibicaraí, Itabuna e Ilhéus, além de vários distritos O problema é que, as comunidades e os prefeitos desses referidos municípios não sabem da importância e a história desses rios no desbravamento da região sul da Bahia.

É por isso que o Clube do Poeta Sul da Bahia está desenvolvendo um grande projeto envolvendo todos os segmentos da sociedade para iniciar um trabalho de recuperação das nascentes desses rios. “Para a nossa entidade que quer contar com o apoio irrestrito de cada prefeito e gestores do meio ambiente (05.06), desses municípios sabe que a luta é grande, mas com o apoio de todos sabe que vai alcançar o objetivo”, ressalta o Presidente do Clube, poeta Adeildo Marques Santos.

Segundo ainda o presidente do Clube do Poeta Sul da Bahia, o projeto iniciará pela “Serra Quiricana” no município de Itororó, onde nasce o Colônia que se transforma no Cachoeira juntamente com o Salgado, na cidade de Itapé, no plantio de árvores nativas da Mata Atlântica. “Em cada desses municípios os poetas apresentarão recitais de poesia e musical sobre a importância da preservação dos nossos rios, para um melhor futuro amanhã” conscientiza. Informando que esse trabalho também será estendido ao município de Almadina, local onde nasce o Rio Almada, na “Serra Sete Paus” e os municípios que são cortados por suas águas; Coarací, Itajuipe, Uruçuca e Ilhéus, além de seus distritos.

Rio Cachoeira um patrimônio ainda vivo!

O Rio Cachoeira foi um dos principais canais usados pela colônia sergipana para desvendar e desbravar a região cacaueira da Bahia.

Mas, ultimamente com o desenvolvimento da região grapiúna, o Rio tornou-se um grande receptor de lixo e todo tipo de esgoto sanitário. Resultado, suas águas tornaram-se poluídas e indevidas para o uso doméstico e industrial. Vendo que sua extinção estava para acontecer, várias entidades governamentais ou não, elaboraram projetos para sua salvação.

Já foram realizados encontros e mais encontros para que o Rio Cachoeira tenha uma solução. Até o momento, apesar de vários movimentos, e plantio de árvores em suas margens, sua situação ainda não reverteu. Árvores essas que ninguém as ver, e o Rio continua a sofrer e pedir socorro.

As comunidades ribeirinhas das cidades de: Itororó, Santa Cruz da Vitória, Floresta Azul, Ibicaraí, Itabuna, continuam a jogar esgotos e lixos em seu leito e suas margens, sem nenhuma piedade. Prova disso, é quando o Rio pega uma cheia e volta a ser vazante, seu leito fica a olho vivo completamente sujo; um triste visual, com elementos plásticos e pneus velhos à tona, que se retirados podem chegar a milhares de toneladas de detritos; um afronto ao Rio.

Da década de 80, para cá, quando foram iniciados os movimentos, inclusive com a participação da Universidade Estadual de Santa Cruz-UESC, de sua despoluição, o Rio, ainda não deu para ser notada. Se já existe alguma coisa está presa nas “cabeças pensantes” dos projetistas.

Daqui chamamos à atenção, se não houver união de todas as prefeituras dessas cidades citadas, num trabalho sério e pactuado nada vai poder se fazer para que o Rio volte a ser aquele Cachoeira da época dos desbravadores, de águas cristalinas e peixes abundantes para o consume dos mais necessitados e também área de lazer para todos.

Em primeiro lugar –que fique bem claro – esses projetos devem trabalhar em primeiro lugar, com as nascentes, caso isso, não seja feito o Rio vai sempre continuar o que ai estar, um Rio condutor das enxurradas, e sem nascentes. Ainda a tempo de salvar o Rio Cachoeira, com a união de todos; prefeituras, fazendeiros e a comunidade.

O Rio Cachoeira, não pode morrer… Por onde anda as “agendas 21”? Os seus projetos estão onde, estão engavetados?… O Cachoeira é um grande patrimônio natural da Região Cacaueira, por isso merece respeito. Mas, muitas indústrias e mesmo entidades que fazem parte do projeto continuam a jogar detritos em seu leito, é só observar… Salve o Cachoeira!