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Maquiagem Marketeira, o vilão da eleição!

Para muitos o Marketing tem sido o grande vilão da história, se o problema é o consumo de bebida alcoólica entre menores de 18 anos, a culpa é da propaganda! Quando, na verdade, os proprietários de bares; restaurantes e promotores de eventos deveriam ser mais fiscalizados.

Se o problema é fumo, proíbe-se propaganda, quando o mais sensato seria, proibir o fumo ou obrigar as indústrias a eliminarem componentes químicos que causam dependência.

Com tudo isso é inegável a contribuição da propaganda para o desenvolvimento de melhores produtos e serviços. Isso tem facilitado a vida das pessoas, mas uma coisa tenho que admitir, a arte de recriar personagens para campanhas políticas tem sido ao longo desses anos, um fator nocivo para a democracia. Nesse caso específico, o profissional de marketing passa a ser um dos principais coadjuvantes no processo decadente do Marketing Político.

Certa feita, na faculdade, perguntei ao professor de Direitos do Consumidor: porque a lei que coíbe a propaganda enganosa não é aplicada para os políticos que tanto prometem, e não cumprem? A resposta foi um: “NÃO SEI”!

Tenho certeza que todo mundo iria gostar da idéia, mas como os políticos legislam em causa própria…

Os marketeiros de hoje, são sinônimos de profissionais 100% envolvidos no processo de lapidar e recriar personalidades que se encaixem com o gosto do eleitorado. Sabemos que esse é o papel do profissional, mas a pergunta é: até que ponto um publicitário deve se envolver na campanha? Exemplos como os de Marco Valério e Duda Mendonça nãos nos deixam dúvidas, há algo de podre no ar. É nesse momento em que tudo nos parece um jogo de oportunidades, “agências de propaganda” são usadas como pontes para esquemas de lavagem de dinheiro.

Candidatos são maquiados e apresentados ao povo como pessoas isentas de qualquer mal ou desvio de personalidade.

Isso tudo é nocivo ao processo democrático, e olha que até agora nem citamos o uso do poder financeiro e da máquina governamentista. Com isso fica extremamente difícil para alguém que tenha boas intenções e que não queira usar de artifícios “marketeiros”. Só para entendermos melhor, quando a agência de propaganda atende um cliente, uma das principais preocupações é se ele teria condições de atender a demanda que, supostamente, aquele comercial vai razer.
O nosso zelo tem três vertentes: o anunciante cumprirá o que prometeu; o consumidor terá suas expectativas atendidas e o processo de comunicação forma um cenário de confiança entre as partes. Será que os grandes marketeiros orientam seus clientes dessa forma? É bem provável que não! A visão que temos é de que há muito mais importância em fazer parte do contexto do que melhorar o cenário e a imagem dos políticos.

A equipe do PT já promoveu até cirurgias plásticas em Dilma Roussef, tudo para tentar corrigir feições não amigáveis para algo mais aceitável. No caso de Serra a tarefa é fazer com que aprenda a sorrir e seja mais simpático.

Até aí, tudo bem, afinal, o marketing em sua essência tem como papel fundamental, melhorar o produto ou criar formas de satisfazer as necessidades das pessoas através do mesmo.

Não podemos é deixar que essa ferramenta brilhante, seja usada como desculpas para criação de armadilhas que muitas vezes são perigosamente armadas e acabam colocando demagogos no poder.

Se existe alguma dica que este humilde Publicitário e Administrador possa lhe dar para que não caiamos nessas pegadinhas, seria: “a de tentarmos nos livrar desse sentimento passional e deixar de tratar políticos como tratamos atletas ou grandes artistas”. As únicas paixões que deveríamos ter é nossa família e se quisermos um comportamento um pouco mais extravagante, o nosso time de futebol.