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Academia de Letras de Ilhéus

Nos dourados anos cinqüenta, reunia-se na casa do Prof. Nelson Schaun, seleto grupo de intelectuais, nos fins de semana, sob a liderança de Abel Pereira para discutir temas literários.

Entre eles, estavam Wilde de Oliveira Lima, Plínio de Almeida, Nilo Pinto e o anfitrião Nelson Schaun. Dessas discussões surgiu a ideia da fundação da Academia de Letras de Ilhéus. Havia como objetivo, de acordo com a afirmação do falecido acadêmico Francolino Neto: “… recolher a produção dos primeiros intelectuais nascidos ou vividos no sul da Bahia e publicada nos periódicos regionais, contendo sonetos, poesias outras, bem como crônicas, contos de produções estéticas, tomando por base a cultura do cacau e seus cultivadores”.

A Academia de Letras de Ilhéus tem por fim, e sob a divisa “Patriae Litteras Colendo Serviam”, a cultura da língua e da literatura nacionais, nas suas relações com as ciências e as artes.

A fim de cumprir seus objetivos, a academia dedica-se, o máximo que puder, a estudar, incentivar e promover os autores da literatura regional.

A Academia de Letras de Ilhéus é constituída de 40 (quarenta) membros efetivos e vitalícios escolhidos, após edital de vaga, por eleição, entre seus pares.

Inspira-se na tradicional Academia Francesa. Somente poderá ser membro da ALI intelectuais que tenham trabalho publicado de reconhecido mérito em qualquer gênero de literatura, ou aqueles que são reconhecidos pela dedicação à cultura, sendo por isso cultores da literatura,

filosofia ou ciência de modo geral. Cada cadeira possui seu patrono que é insubstituível. O patrono geral da Academia de Letras de Ilhéus é Ruy Barbosa. O dia 5 de novembro, dia da cultura, a Academia reúne seus membros para prestarem homenagem ao grande jurista e cultor da língua portuguesa. Muitos membros da ALI têm obras publicadas no exterior e seus nomes inseridos em enciclopédias internacionais. A primeira Academia de Letras, no Brasil, a receber Jorge Amado como um filiado foi a de Ilhéus. Adonias Filho também pertenceu a essa academia. Pode-se citar outros nomes ilustres reconhecidos no Brasil e no exterior como Ciro de Matos, Telmo Padilha, Hélio Pólvora, Jorge Medauar, Zélia Gattai, José Candido de Carvalho Filho e outros.

Constantemente a Academia abre suas portas para intelectuais da região que tem a oportunidade de divulgarem seus trabalhos. Também estudantes e professores encontraram ali, um templo de cultura, onde declamam seus versos, pesquisam e discutem sobre obras dos grandes mestres. Seja você também um frequentador da Academia de Letras de Ilhéus.