Artigo

Revolução

O esquema acontece assim: o partido apresenta-se como revolucionário e socialista. Dispõe de um discurso de mudanças e apoio aos movimentos sociais. Fala, usando de uma excelente retórica, da necessidade de revoluções e do poder que deve chegar ao proletariado.

Para conseguir o que quer ele arregimenta pessoas, geralmente jovens, em escolas, universidades, junto ao funcionalismo público ou empresa privadas. Essas pessoas, por meio do discurso apresentam-se junto ao eleitorado e à classe que representam como possuidores de um dispositivo de mudança: a Revolução.

Essa não acontece, porém. Para que tal ocorra é preciso antes sujeitar o sistema. Assim eles se candidatam a cargos públicos: presidentes de sindicatos, vereadores, prefeitos, deputados, ou apóiam partidos em troca de favores. Dessa forma elegem alguns dos seus e ganham cargos pela participação no processo político, em caso de ganho do grupo por eles apoiado.

Pronto, está feito. No cargo, os presidentes de categorias, vereadores e todos os outros funcionários ligados ao partido enviam uma cota, um dízimo. Assim essa agremiação, mesmo pequena e sem nenhuma força política, conta com uma gorda quantia para refinanciar sua estratégia de poder.

Passam os anos e o discurso continua o mesmo. Os mais antigos vão alçando novas categorias, de líderes sindicais para deputados, ou alguma secretários de governo, ou direção de empresas estatais. Velhos e gordos, jamais trabalharam, sempre pregando algo que eles nunca desejam que aconteça.

Novos estudantes ou jovens trabalhadores são capitaneados para que continuem propagando o ideal de mudança e revolução. Passa o tempo, esse partido continua galgando novos adeptos e permanece apregoando a idéia de mudança…. Fala-se muito em revolução, tudo o que eles desejam é que as coisas fiquem como estão.