Artigo

Do nada ao nada!

Aproxima-se o dia 03 de outubro… E se as coisas permanecerem como estão assistiremos algo, no mínimo, melancólico: a imoralidade legalizada, institucionalizada! O país está embrulhado num populismo anacrônico, do tipo “salvador da pátria”, e ainda assim alguns acreditam que esse é o melhor caminho. Não é. A História já demonstrou a inviabilidade deste artifício político, preocupado apenas em atender aos interesses dos grupos oligárquicos, dominantes.
Por isso, fique atento (a): informe-se, questione, duvide, exerça sua cidadania com independência e atitude!

Escolher um candidato (a) porque alguém mandou, não é escolha, óbvio. É obediência servil, canina. Ora, já aprendemos a votar. Não se justifica, portanto, aquele papo de que o Brasil perdeu o “traquejo” com eleições desde que ficamos ausentes das urnas por muito tempo (entre 1961 com eleição de Jânio Quadros e 1989 com a eleição de Collor).

De lá pra cá reaprendemos a votar. Pelo caminho mais áspero, é verdade. Decorrente, em grande medida, das inúmeras decepções pelas quais passamos quando demos ouvidos àqueles políticos que afirmavam ser “diferentes”. Algumas daquelas escolhas enfraqueceram nossas esperanças de ver um País renovado e ético, vivendo a democrática e salutar alternância de Governo. Contudo, apesar dos dissabores, amadurecemos politicamente. Então porque continuar votando nesses oportunistas que usam a política para enriquecer, escapar da justiça, desviar verbas públicas, enganar, iludir, realizar conchavos políticos bizarros que, cinicamente, eles chamam de alianças?

As escolhas que faremos este ano são, talvez, as de maiores responsabilidades na nossa História republicana: sabemos antecipadamente (e aprendemos essa dura lição por intermédio do enorme desapontamento que foi e tem sido o PT enquanto Governo) que todos os políticos são iguais. No entanto, eles dizem que são “diferentes”, “capazes”, “empreendedores”, e “sérios”. Usam as máscaras que os marqueteiros criam para “vendê-los” como se fossem do “bem” e, em seguida, camuflados pelos falsos sorrisos, vão para as ruas e/ou para dentro de nossas casas (via horário eleitoral, por exemplo), pedir o nosso voto. É sempre a mesma coisa! Porém, isso não é o pior. O pior é que nós eleitores (as), mesmo sabendo quem são esses políticos, ainda assim os elegemos…

Toda eleição repete o ritual: políticos mascarados prometem coisas que não vão cumprir, dizem ter grandes idéias para tirar o Brasil do caos e levá-lo ao paraíso e afirmam possuir a melhor “solução” para “salvar” o Brasil. Que chateação! Sendo assim, é inevitável concordar com o cientista político norteamericano, Eric Hofer quando diz que: “toda grande causa começa como um movimento, vira um negócio, e, finalmente degenera numa quadrilha”. (Desde 2003 nós brasileiros (as) vivemos na prática essa máxima do Eric Hofer.) Enfim… O Brasil precisa, urgentemente, de educação, saúde, segurança, emprego, transparência, ética e vergonha na cara!

Perguntaram certa feita, ao filósofo Olavo de Carvalho: “falta hoje no quadro partidário quem traduza ou represente politicamente o pensamento da sociedade?” E ele respondeu com precisão: “não há candidato que defenda os valores em que o povo acredita. Aí fica esse vácuo.

E a nossa suposta direita está mais interessada em comer dinheiro do governo. Se só há candidatos de esquerda, então o eleitor vai votar em quem? Durante as eleições, os candidatos camuflam o seu radicalismo, mas depois de eleitos, quando se sentem firmes no poder, tiram a máscara. Na eleição seguinte, o contingente de eleitores novos não sabe o que se passou e confia de novo em candidatos que já enganaram a geração anterior.” É isso… Pense sobre isso… Pense… Se a coisa continuar assim, faremos a transição política mais estranha do mundo: do nada ao nada!