Artigo

Da clausura à libertação

Sinto-me um poço sem água.
Extirparam pela raiz
A árvore frondosa que me sustentava,
Alimentando-me de sonhos,
Alegrias e esperança.
Levaram o amor de mim…
Não me regam mais,
Sinto sede,fraqueza
Adormecida e estática,
Abrem-se feridas
E de alma triste,
Vejo-me assim:sem luz, fustigada,exiguada.
Levaram o amor de mim
Descortinou-se um bosque vazio
E presa nas trincheiras de um passado
Que foi intenso,
A alma quebrantada e fatigada
Da mulher ferida,
Enclausurou-se.
Levaram o amor de mim..
Num átimo,
Com o coração trêmulo e exaurido,
Quase naufragado…
A mulher ferida,
Ergueu-se e percebeu
A temporalidade da vida,
Da desesperança,
Do amor e da dor,
Então sonhou,
Então tornou-se
Um coração iridescente
Grande como um oceano Um oceano : livre,destemido,
Imbuído de bravura,
Levado pela monção,
E indo em busca da emoção,
da LIBERTAÇÃO.
Ressuscitaram o amor em mim.