Artigo

A música (?) baiana vai parar na Justiça Trabalhista

Estava este colunista curtindo a virada de ano no paraíso que é a Península de Maraú, quando resolvi comprar umas latinhas de cerveja num mercadinho de Saquaira. Ao passar em frente a um bar, tive mais uma vez a confirmação de que a musica baiana, que já nos deu João Gilberto, Caetano Veloso, Dorival Caymmi e Gilberto Gil e hoje nos brinda com Psirico, Parangolé e É o Tchan (sim, eles estão vivos!) é imbatível no quesito baixaria.

Quem acha que a tal “mainha, eu tô com um pepino, meu pepino é muito grande, você tem que resolver” (hit edipiano do momento) era o fundo do poço, ainda não ouviu o que eu ouvi. Mas vai ouvir, porque o lixo se alastra mais do que o mosquito da dengue…

Trata-se de uma música (?) em que a letra (?) diz mais ou menos o seguinte: A moça trabalhava numa loja chamada B… (digamos que era uma loja de bolsas, para que se chegue mais facilmente ao nome em questão), sem carteira assinada. Quando perdeu o emprego e foi reclamar os direitos trabalhistas, o patrão fez graça: – Mostre a sua moral, bote a B… no pau. A rima já é medonha, mas tem mais. O refrão da música, repetido à exaustão, é – Bote a B… no pau, bote a B… no pau, bote a B. no pau… Enfim, o axé, o arrocha e seus derivativos são coisa de quem tem dois neurônios, sendo que um está permanentemente de férias e outro se encontra em sono profundo.

City anti-tour

É inacreditável como, entra ano, sai ano, cidades do litoral Sul da Bahia, com algumas das praias mais belas do Brasil, não se preparam para receber os turistas que vem de todas as partes do país e do exterior. Ilhéus, com potencial para se tornar um dos principais destinos turísticos do Nordeste, é um exemplo dessa incapacidade de transformar história, cultura e belezas naturais em atividades que gerem emprego e renda em larga escala.

Ao transito caótico e à coleta de lixo e o abastecimento de água deficiente, somamse a exploração dos turistas nas barracas de praia e até a falta de alguns produtos em mercados e padarias. Neste último caso, é o medo de perder que impede o comerciante de ganhar mais.

E ainda há os que acreditam que por conta do turismo, Ilhéus e região podem abrir mão de empreendimentos como o Porto Sul e a Ferrovia Oeste-Leste. Não houvesse aí um misto de ingenuidade, desconhecimento, má fé e interesse escuso, dir-se-ia que acreditam também em Papai Noel, coelhinho da páscoa, mula sem cabeça e cegonha.