Artigo

O sorriso de monalisa brilha no infinito…

Monalisa, você nunca foi enigmática! Dona de um sorriso e de um olhar que pareciam vir diretamente de Deus, você vivia feliz todos os dias e nos ensinou a ser feliz mesmo nas nossas horas mais difíceis. Havia nas suas expressões intermináveis de felicidade, algo ao mesmo tempo profundo e singelo, como a nos dizer: a vida é paciência, humildade e amor!

Ah eu passava horas conversando com Monalisa sobre a minha vida, sobre a Vida, e, especialmente sobre o Amor. Aquelas conversas me ensinaram a dizer, por exemplo, “eu te amo” apenas com os olhos. Não tenho vergonha de amar! Nunca tive. Quando amo, faço questão de dizer que amo. Acredito naquela canção do Renato Russo: “É preciso amar as pessoas, como se não houvesse amanhã. Por que se você parar pra pensar na verdade não há…”

Amo, portanto. E (re) aprendi amar diariamente e de maneira muito especial através dos olhos e do sorriso de Monalisa.

Disse muitas vezes a Monalisa que a amava. Por isso, apesar da imensa saudade que sinto dela, estou aliviado por não ter perdido tempo segurando, dentro de mim, meus sentimentos, para quando fosse mais apropriado pô-los para fora. Essa hora nunca vem. Nunca virá. Só há um único momento no qual podemos dizer que amamos: esse de agora!

Monalisa sempre foi tão humana… E eu não sei se isso é uma boa qualidade a ser atribuída a ela… Explico-me: Monalisa era a minha cadela de estimação…
Aliás, a nossa Mona, a nossa Momona, como carinhosamente a chamávamos, era a cadela de estimação da minha família: Julia (minha filha) e Lu (minha esposa). Vivíamos muito felizes com ela. Mas, era Mona quem vivia sempre muito mais exuberantemente feliz!

Nossa Monalisa entendia tudo que falávamos. Creio, no entanto, que a maioria dos cães entende também. O que nos chamava a atenção, contudo, era o fato de que Monalisa entendia aquilo que não dizíamos e que por timidez, estupidez ou mesquinharia guardávamos no coração (que ela sabia “ler” dentro dos nossos olhos!) e logo vinha nos farejar, abanando o rabo e saltando sobre nós, a fim de nos tirar daquele problema ou daquela apatia… Era assim a nossa Monalisa: irremediavelmente feliz!

Até que um dia Mona adoeceu… E entre aquele momento em que percebemos que havia algo de errado com ela e as nossas peregrinações, passando por quatro veterinários que não diagnosticaram corretamente o que havia com Mona, sofremos todos os dias, sem saber o que fazer para ajudá-la a ficar boa.

Foram quatro veterinários e quatro equívocos. Nenhum deles solucionava o problema de Mona: deixara de comer, perdera peso por conta disso, deixara de beber, ficara anêmica, um dos rins parou… E tudo isso num tempo curtíssimo, sem que aqueles veterinários pudessem diagnosticar o que estava havendo.

Monalisa entrou em depressão e perdeu muito mais do que peso: perdeu a alegria de viver, perdeu tudo que lhe era mais natural e belo, a felicidade…

Nos últimos instantes de Monalisa, estávamos desesperados. Soubemos então haver na cidade um jovem veterinário, Michael Jonhatas Freitas Santos, que atende à domicílio (Monalisa já não podia se mexer e depois de tantos tratamentos e internações frustradas sair de casa com ela representava um grande sofrimento), ligamos para ele e imediatamente Dr. Michael veio à nossa casa. Monalisa àquela altura agonizava. Seria muito difícil salvá-la. Algo como uma septicemia havia tomado o corpo dela.

Doutor Michael foi honesto, preciso, certeiro no diagnóstico, sensível e didático. Assim, com a nossa permissão, levou Monalisa (dopada por fortes anticonvulsivos) para a clínica dele a fim de proporcionar um tratamento mais adequado. No dia seguinte recebemos a notícia de que durante a noite Mona havia piorando muito e logo quando amanheceu teve uma parada cardíaca e faleceu…

Monalisa, nossa eternal Mona, nós temos certeza de que seu sorriso não se apagou, de que sua felicidade não morreu e está agora, neste momento, brilhando no infinito! Saudades, Mona. Muitas saudades. Te amamos!