Artigo

2011, Itabuna e coisas assim

Participei no dia 18 de dezembro do ano passado da confraternização de final de ano do Banco do Brasil. Ambiente impecável, boa comida, excelente música (Lordão e DJ Nadinho), farta bebida, mulheres bonitas e demais pessoas. Foi uma noite extremamente agradável, como, aliás, acho agradável todas as noites em Itabuna. De sua vida boêmia já falei em outros momentos. Não quero aqui me repetir.

Desejo, porém, expressar meu entusiasmo por essa cidade. Fruto da união de povos vindos dos mais diversos rincões: árabes, sírios, libaneses, italianos, alemães, ingleses, sergipanos, do Recôncavo, pernambucanos, paulistas, mineiros, enfim uma miríade de gente e povos que aqui se aglutinaram para forjar a história das terras do Cacau. Itabuna a todos acolheu. Concedeu a grande maioria bons frutos em seu trabalho, fazendo com que muitos se tornassem prósperos e ricos. Infelizmente, outra parcela também ficou à margem de tudo isso. Ainda assim seu magnetismo inebriante contagia quem aqui vem residir. O fascínio da cidade é sentido em especial por todos aqueles que residem nas pequenas cidades da região Cacaueira: moradores de Camacan, Buerarema, Santa Luzia, Coraraci, Itajuípe, Ibicaraí, dentre outras, sem nunca perder o apego ao seu local de nascimento, tem sempre em Itabuna o local em que confiam encontrar a solução para suas necessidades, sejam elas de saúde, educação, comércio ou lazer.

Não me esqueço de uma aluna de Eunápolis, sergipana de nascimento, que tendo vindo a primeira vez aqui ficou encantada. Dizia ela que parecia estar na capital. Assim é Itabuna. Infelizmente temos sentido em toda essa primeira década do século XXI o descaso e o despreparo de nossos administradores. Incautos, sem ajuste às novas demandas da administração pública, iletrados, pensando sempre mais em seu bolso e no de seus mais próximos colaboradores. A gestão da cidade tem ficado a míngua. Lixo, insegurança, pobreza extrema – num momento em que todo o país tem feito com que a desigualdade atinja patamares dos mais baixos de nossa história. Obras paradas ou sendo feitas a passos de tartaruga, buracos na pista, trânsito louco, nosso rio Cachoeira sendo assassinado, os moradores da periferia sem nenhum tipo de lazer ou diversão. São tantos os problemas e tão poucas as soluções apresentadas que dá pena.

Ainda assim Itabuna é maior que isso. Penso sempre e rezo também, que depois de tantos desastres na administração de nossa urbe as pessoas e os eleitores daqui irão escolher melhor. Duro é saber das opções políticas futuras: um coronel, um capitão, outro coronel das antigas, um filhote de partido. De fato, assim fica difícil de acreditar.