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Mulher na Maçonaria De acordo com a visão de uma mulher

A mulher, para o Maçom, é a maior estrela brilhante neste universo. Tanto é verdade que, quando inicia a Ordem Maçônica, lhe é entregue dois pares de luvas brancas, sendo um par para o seu uso e o outro para a mulher que mais estima.

As luvas, na Maçonaria, são símbolos, de pureza, de candura, e também de inocência. Por isso as luvas são brancas. As que são usadas pelo homem, devem relembrar-lhe a mansidão e a pureza a que está obrigado, e aquelas entregues à mulher simbolizam que o Maçom deve ter consideração pelo belo sexo.

A Maçonaria faz o Maçom sentir que, se quiserem um mundo melhor, devem começar por melhorar a si mesmo. O Maçom sabe, por amar a liberdade, que deve sempre expor e nunca impor. Para falar a respeito da mulher na maçonaria, cito o autor de importantes livros sobre Teosofia e Maçonaria, Joaquim Gervásio de Figueiredo – 33º, membro da Sociedade Teosófica no Brasil: “Em sã consciência, na Maçonaria e em seus rituais nada existe de que a mulher não possa participar, e em sua antiga tradição nada há que justifique a recusa e afastamento do elemento feminino das cerimônias e iniciações maçônicas. E a julgar pelo que se observa em todas as religiões e igrejas, a admissão da cara-metade do homem nos templos maçônicos, hoje tão vazios em toda à parte, só lhes poderia dar maior colorido e vitalidade, e enriquecer sua cultura, sua moral e sua utilidade social”. (Dicionário de Maçonaria, ano de 1996, da Editora Pensamento) Neste Dicionário, ainda continua: “Tornaria a Loja maçônica mais completa em seu significado filosófico-espiritual e mais autêntica em seu conteúdo simbólico, a ser verdadeira (como o é) a lenda maçônica de que uma Loja é o símbolo do universo, ou o universo em miniatura.

Ora, no universo de Deus não há nenhuma distinção entre os sexos; não existem ali leis femininas; as leis iguais para todos, homens e mulheres, anjos e humanos, vivos e mortos. Se esse é o exemplo que nos dá o G.’. A.’. D.’. U. ‘., por que fazerem os homens coisa diferente no mundo, e especialmente na Loja maçônica, reflexo desse Universo? Portanto, sob o critério filosófico, a Maçonaria se destina tanto ao homem como a mulher, complementos que são um do outro e destinados como estão a constituir a família a como base celular de uma sociedade bem organizada”.

A Maçonaria não admite, por tradição, as mulheres em suas Lojas como membros ativos. Na Magazine Freemason, publicado em 1815, aparece o texto de um pequeno livro chamado Manuscrito “Poema Régio”, datado de 1730, descoberto por um antiquário, com 794 versos, nada consta, que revele que a ordem seja restrita aos homens, pelo contrário, pois em seu art. 10, versos 203 e 204, diz: “Que nenhum Mestre suplante o outro, sendo que procedam entre si como irmão e irmã”. No item 9º, versos 351 e 352, encontra-se: “Amavelmente servimo-nos a todos, como se fôssemos irmão e irmã”. Há também uma citação das ordenações da Loja Corporação de Corpus Christi, em York, de 1408, que diz: “Nenhum leigo será admitido na corporação, exceto apenas aqueles que exercem uma profissão honesta, mas todos sejam clérigos ou leigos e de ambos os sexos, serão bem recebidos se forem de boa reputação e de bons costumes”. No mesmo manuscrito, se indica que os irmãos e irmãs deverão prestar juramento sobre o livro e várias vezes se faz alusão a dama, particularmente no juramento do aprendiz, onde ele jura obedecer ao Mestre ou à Dama.

Somente em 1723, nas Constituições maçônicas é que, pela primeira vez, a palavra “mulher” foi introduzida na lei. Diz-se, e de maneira explicita, que “as pessoas admitidas como membros de uma Loja devem ser homens bons e verdadeiros… e não escravos, nem mulheres etc.” Penso que o assunto “A mulher na maçonaria” ainda não mereceu o tratamento adequado e sempre foi visto de forma superficial. Ainda não foi considerado que a mulher, perante o mundo, tem conquistado direitos políticos, dirigindo nações e ocupando altos cargos dentro da política mundial.

Não entendo o porquê de tantos obstáculos, quando a igualdade de direitos, presente nas constituições, declara que todos são iguais perante a lei, sem distinção de sexo, raça, trabalho, credo religioso e ideais políticos. Em suma, os comentários servem apenas de reflexão para ambos os sexos, principalmente para as mulheres, que são Presidentes de Clubes das Fraternidades das Lojas, esposas de maçons, mães de filhas de Jó e Filhas de Jó, para que juntas busquem o direito ao ingresso numa sociedade que defende a liberdade e a igualdade.