Artigo

Azedo x Doce

Há alguns meses passei a fazer parte do Facebook. Experiência, sem dúvida, interessante. No começo, fiquei feliz com a possibilidade de encontrar velhos amigos, colegas de escola, conhecidos… Trocar ideias, fazer comentários, estreitar laços, estabelecer parcerias de trabalho. Muito interessante. Só não pensei que, às vezes, pudesse ser tão desagradável quanto prazeroso essa tal rede social. Verifiquei, com pesar, que muitas pessoas fazem uso dela para humilhar aos demais, principalmente no campo intelectual. Defendem seus pontos de vista com extensos argumentos; e ofendem, acusam, denigrem a imagem de outros tantos que não fazem parte do grupo ou não possuem a mesma habilidade em se comunicar.

Fiquei chocada! A beligerância com que algumas pessoas se dirigem a outras é de escandalizar. Por que, meu Deus? Fiquei pensando… Aquilo que parecia doce, logo ficou azedo. Perdeu a graça para mim. Acabou o encantamento. O que poderia ser fonte de entretenimento passou a ser fator gerador de angústia e tensão. Por que destratar as pessoas assim? Para que chamar a atenção de uma forma tão grosseira? Ficou claro para mim que muitas pessoas encontram no Facebook uma forma de se promoverem pessoalmente, buscando angariar aplausos por um comentário que, por vezes, é simplesmente maldoso.

Isso nos remete a velhos ensinamentos que pregam nada ser exatamente bom ou ruim, mas sim o uso que fazemos das coisas. Ora, a internet pode ser maravilhosa. Encurtou caminhos, abreviou a distância nas comunicações, reuniu uma série de informações que podem ser acessadas num simples click. No entanto, também pode ser uma bomba destruidora de lares, aliciadora da juventude, propagandista do mal. Depende do uso que se faz dela. Assim, cheguei à conclusão que temos que conviver com o doce e o azedo, é inevitável.

Da mesma forma que Jesus nos ensinou que joio e trigo precisam crescer juntos até o dia da colheita, vamos ter de nos deparar com situações adversas e contraditórias durante a nossa caminhada. Não podemos nos fechar aos avanços tecnológicos, mas podemos selecionar o que nos convém, fazendo opções sensatas, levando em conta a nossa formação e sensibilidade.

No caso do Facebook e de outras redes sociais, descobri que existe uma alternativa bem à mão daqueles que desejam participar sem se envolver com aquilo que não concordam. Use e abuse do item excluir.

Caso o grupo onde está inserido promova apenas discussões inúteis, com xingamentos e acusações recíprocas, simplesmente saia do grupo, cancelando sua participação. Se você está sendo importunado por pessoas que considerava amigas, mas que insistem em ridicularizar suas crenças, ideias e princípios, simplesmente exclua essa pessoa do seu círculo de amizade. Isso pode parecer deselegante, mas muito mais desagradável é ter que conviver com piadinhas desrespeitosas, e sujeitos dispostos a fazer de um passatempo, uma ocasião de esgrima intelectual somente pelo prazer de aborrecer as pessoas e buscar projeção pessoal.

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