Artigo

Eu, minha vida e minha alma

No inexorável dia em que a vida se for de mim, será contra minha vontade, mas definitivamente. Sou um só e nunca fui outro, assim acredito. Nada existe para sempre. Só a Deus pertence a eternidade.

No mais tudo tem fim, perece, morre, é finito. Projetando-me no tempo, vejo-me por magnânimos amigos acolhido, afagado pelos filhos, netos e parentes achegados, pleno do anseio de certeza da missão ter cumprido, missão dada a mim por mim mesmo, sem intermediados.

O ente que se imaginava imortal, na verdadeira acepção da palavra, somente o é pelo beneplácito de ilustres amigos em intelectual atividade. Incorporo-me aos que não acolhem a imortalidade da alma, aos que entendem que tudo deverá advir na única existencialidade Convicto que só uma vida tenho, nada tenho contra os que acreditam que de outras vieram e outras tantas terão.

Não lamento em não tê-las tantas. Gosto muito desta uma. Sinto-a bem, digna, operosa e fulgente em sua unicidade e extensão. Tenho uma existência que me faz bem. Gosto do que sou e dos amigos que são muitos e serão mais até meu final. Este será fatal e terminativo, tanto para mim como para a alma que existe comigo. Eu e ela somos um. Nosso destino, também, é uno, único e decisivo.