Artigo

Eram todos Maçons

A influência da Maçonaria brasileira perpassa toda a história do País desde a Colônia, passando pelo Império e chegando até a República.

O regime monárquico que existiu no Brasil a partir do ano de 1822, no final da década de 1880, entra em crise e desgaste. Tal sistema não mais correspondia aos anseios da população, havia forte interferência de D. Pedro II nas questões religiosas provocando atritos com a Igreja Católica, imposição de censuras aos militares, e revolta dos mesmos em função de rumores de corrupção na corte. A população desejava mais liberdade política e fim da Monarquia. Foram críticas constantes partidas dos diversos setores sociais que culminaram com o enfraquecimento do imperador e fragilidade do seu governo. Enquanto isto, o movimento republicano ganhava força.

Com a criação do Clube Militar em julho de 1887, começa a articulação para derrubada da Monarquia. Benjamin Constant professor das Escolas Militares, forma e doutrina os jovens oficias nos ideais positivistas e republicanos.

Preparada em segredo nos meios militares e nas rodas republicanas, onde era expressivo o número de maçons, a implantação do Estado Republicano foi um dos fatos mais importantes de nosso País que teve como líderes e idealizadores Maçons ilustres que a História está ai a nos revelar. Lojas maçônicas aprovam o manifesto conta o advento de um Terceiro Reinado. Maçonaria sai na frente para apoiar a luta democrática; decidiu-se pela Queda do Império.

É o historiador Gustavo Barroso quem afirma que o Grito da República em 15 de novembro de 1889, nascera nas Lojas Maçônicas quando declara: “A República foi obra de uma propaganda oculta e sutil trabalho maçônico, onde as Lojas se serviram das Forças Armadas, depois de arrancarem todas as escoras do Trono”.

Marechal Manoel Deodoro da Fonseca, maçom, iniciado na Loja Rocha Negra na Cidade de São Gabriel, no Rio Grande do Sul, em 20 de setembro de 1875, fora escolhido no dia 9 de novembro para liderar o golpe militar. Em 15 de novembro de 1889, com o apoio dos republicanos, dissolveu o gabinete imperial, prendeu o Conde de Ouro Preto e proclamou a República do Brasil. Imediatamente foi constituído pelo Exército e a Armada, em nome da Nação, o Governo Provisório, sob sua chefia, fazendo o Marechal Deodoro a seguinte Proclamação: “Cidadãos, o povo, o exército e a armada nacional, em perfeita comunhão de sentimentos com os nossos concidadãos residentes nas províncias, acabam de decretar a deposição da dinastia imperial e conseqüentemente a extinção do sistema monárquico representativo. Foi instituído o Governo Provisório, com a missão de garantir a ordem pública e liberdade dos direitos dos cidadãos”. O Governo Provisório, sob a Presidência do Marechal Deodoro da Fonseca, foi constituído pelos membros a seguir, todos eram maçons:

Aristides Lobo – Ministério do Interior; Rui Barbosa – Ministério da Fazenda e interinamente da Justiça; Benjamin Constant – Ministro da Guerra; Eduardo Vandenkolk – Ministro da Marinha; Quintino Bocaiúva – Ministro do Exterior e interinamente do Comércio e Obras Públicas; Mais tarde ocuparam as pastas: Campos Salles – Ministério da Justiça; Demétrio Ribeiro Comércio e Obras Públicas.

Em 15 de dezembro de 1889, ainda quando Chefe do Governo Provisório da República, Marechal Deodoro da Fonseca fora eleito Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil e empossado em 24 de março de 1890 como Grão Mestre e Grande Comendador. As liberdades defendidas nas Lojas constituíram-se pontos capitais quando da elaboração da Constituição de 1891; os constituintes optaram: A democracia e A federação; A igualdade perante a lei; A liberdade de manifestação do pensamento; O só reconhecimento do casamento civil;

A liberdade de culto e o ensino leigo; A secularização dos cemitérios; Os direitos de associação, representação e profissão; A inviolabilidade do domicílio e o sigilo da correspondência; A plena defesa dos acusados; Nenhuma pessoa seria presa sem culpa formada e a sentença baseada em lei anterior ao crime e nenhuma pena passando da pessoa do delinqüente; O imposto não seria cobrado sem lei anterior que o autorize; Mantido o Júri; Assegurado o direito de propriedade; Instituído o “habeas corpus”; Abolido o recrutamento forçado e proibido a guerra da conquista.

Quatro dias após a Proclamação da República, em 19 de novembro de 1889, projetada por Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemos, com desenho de Décio Vilares, pelo Decreto nº 4, foi adotada a Bandeira Nacional Brasileira.

Hoje, os problemas brasileiros são imensos, o crime e a violência se alastram, consumo de drogas tomam proporções violentas, a vida familiar e os valores morais se desintegram em toda parte, a corrupção e a degradação social e moral do Poder avança. E nós o que poderemos fazer?