Artigo

Agral: por amor à cultura!

Estive na solenidade de instalação da Academia Grapiuna de Letras (Agral) de Itabuna, na Loja Maçônica 28 de Julho, no último dia 27 de março, e sempre um prazer renovado sentir que se mantém acessa a esperança de que a cultura volta a ter a atenção que merece, por parte de homens e mulheres dispostos a doaremse para que a chama das Letras, da História, do Teatro e das Artes em geral nunca se apague.

A Agral está sendo presidida por um Excelsior “esgrimista” da palavra Ivann Montenegro. Um home de grande sensibilidade, simplicidade e inteligência. Portanto, a Agral está muitíssimo bem representada. A cerimônia contou com representantes de vários segmentos da sociedade: o executivo (Dr. Antônio Vieira, vice-prefeito), militares, imprensa e, muito especialmente, do presidente da Academia de Letras de Ilhéus (ALI), o acadêmico e professor Arléo Barbosa; um mestre de conhecimento histórico, além de um ser humano iluminado por rara bondade e Inteligência.

A instalação da Agral cumpriu os ritos legais de posse e emocionou todos que lá estiveram. Após o Hino Nacional os acadêmicos e as acadêmicas foram, um a um, chamados para a entrega do pelerine, do broche e do diploma. Cada acadêmico (a) convidava padrinhos e madrinhas e após a assinatura do Livro de Ata, registravam aquele momento especial com os “flashes” que já se tornaram histórico. O juramento coletivo dos acadêmicos (as), comprometiam-os a zelarem pela cultura e muito mais; pela difusão da cultura, pois de nada adianta uma Academia de Letras sem que a sociedade não a perceba ou não participe, ou não tenha conhecimento de sua produção.

O presidente Ivaan Montenegro e o vice-presidente Vercil Rodrigues (que ocupa a cadeira nº 01, e fez uma belíssima síntese da biografia e da obra do Patrono daquela Augusta Casa, Jorge Amado), receberam todos com muita distinção e elegância. O congraçamento contagiava. A alegria e o orgulho de ver e sentir a cultura não está e não estará esquecida, abrilhantaram aquela cerimônia. Ramiro Aquino, também empossado na ocasião, saudou os confrades e as confreiras, com elegância e educação e aquele seu típico bom humor, encerrando suas palavras dirigidas aos colegas acadêmicos conclamou os “manos” a lutarem pelas Letras, sempre!

Registre-se que foram empossados (as) os (as) seguintes acadêmicos (as): Adeildo Marques (Cadeira 08 – Abel Pereira), Agenilda Palmeira (Cad. 10 – Afrânio Peixoto), Antônio Baracho (CAD. 11 – Amélia Amado), Antônio Nunes de Souza (Cad. 26 – José Nunes de Aquino), Antônio Teobaldo Magalhães (Cad. 35 – Plínio de Almeida), Ari Rodrigues (Cad. 03 – Pedro Calmon), Eva Lima (Cad. 16 – Dia Gomes), Fernando Caldas (Cad. 14 – Ariston Caldas), Glória Brandão (Cad. 12 – Amélia Amado), Jailton Alves (Cad. 18 – Firmino Rocha), Jaime Nascimento (Cad. 15 – Clodomir Xavier), Jairo Xavier Filho (Cad. 20 – Gileno Amado), Kleber Torres (Cad. 23 – João Mangabeira), Maria Rita Fontes (Cad. 30- Milton Santos), Norma Sampaio (Cad. 25 – José Dantas de Andrade), Samuel Leandro Mattos (Cad. 37 – Sosígenes Costa), Sandra Marina Souza (Cad. 38 – Valdelice Pinheiro), Zélia Lessa (Cad. 36 – Ruy Barbosa), Zélia Possidônio (Cad. 31 – Minelvino Francisco). Saber que nomes como estes compõem a Agral nos tranqüiliza: são homens e mulheres de imensa sabedoria e talento.

Jailton Alves, Eva Lima, Zélia Possidônio artistas inigualáveis nos seus ofícios estavam ainda mais felizes porque naquela ocasião comemorava-se o Dia Mundial do Teatro… Certamente eles jamais se esquecerão disso. Eva Lima, sempre espontânea e vibrante chegou a ‘quebrar’ o protocolo para proclamar sua felicidade de estar sendo empossada no Dia Mundial do Teatro. Viva Eva, maravilhosa.

Tudo perfeito. Mas, ainda assim ficou melhor! Isso aconteceu quando a acadêmica Zélia Possidônio, recitou o poema Vozes D’África, de Castro Alves… A dificuldade de declamar aquele poema se desfez quando Zélia Possidônio se postou diante do público, respirou calmamente, abriu os braços, e como quem canta uma ária, começou a interpretá-lo como tamanha beleza e harmonia que os ouvintes certamente deviam estar indagando: “Como pode haver tanta luz e tanto perfume e tanta magia dentro de um poema escrito para denunciar os horrores da escravidão?!

Viva a cultura itabunense! Viva a Agral.