A bondade divina

Com frequência digo, proclamo que não consegui enriquecer e jamais foi este o meu objetivo na vida e nunca vi ou dizer, que alguém enriqueceu advogando honestamente.

Tivemos um presidente da Seção da Bahia da Ordem dos Advogados do Brasil que se chamou ALMIR TOURINHO. Quando Almir Tourinho foi candidato, formamos, eu e alguns amigos, uma chapa de oposição. Perdemos. Pois bem. Eleito Almir Tourinho, resolveu criar na OAB um corpo de estagiários e escolheu monitores dez advogados para trabalharem como monitores, cada monitor, de seu turno agasalhava no escritório, dez estagiários.

Este assunto não havia ainda sido divulgado quando, estou adentrou o Presidente Almir Tourinho, numa tarde, na sala da Terceira Vara Cível, onde eu estava fazendo audiência, ele aguardou um pouco até que pude levantar e fui ter com ele, quando ele me contou o seu projeto. Logo em seguida perguntou- se se eu aceitava ser um dos monitores.

O convite surpreendeu-me por dois motivos: primeiro por que eu havia sido adversário político que muito trabalhou contra sua eleição e ele, mostrando um caráter exemplar distinguiu-me com o convite para ser o primeiro monitor do novo serviço a ser prestado à classe que o elegera.

Segundo, pela distinção muito grande. Que significava entregar tão grande responsabilidade a jovem advogado ainda sem um nome firmado na praça. E nem tínhamos grande aproximação.Mas foi um verdadeira glória para o profissional que, em verdade, ainda estava lançando-se na labuta das lides forenses.

Creio que Deus lembrou-se de mim, reconhecendo e respondendo as orações de minha mãe, posto que eu nada merecia mesmo. Mas não foi só este o sinal da bênção que a fé de minha querida e saudosa mãe conseguiu para mim. Tem mais. Muito mais.

No meado de 2011, recebi o convite para integrar, como associado, a ACADEMIA DE LETRAS DE SÃO BENTO, local situado no Maranhão onde aterrissei neste planeta.

Não precisava, se eu já estivesse feliz, flutuaria de tanto amor e satisfação. Se não estivesse feliz, a felicidade me invadiria com força naquele momento.

Retornei, assim, ao meu inesquecível torrão, que tivesse sedo por dois dias somente. Ver o armazém do meu ex – sogro, conhecido como Jorge Carcamano por ser árabe/libanês, a casa onde nasci de degraus na porta até alcançar a entrada da casa de taipa e chão de terra. Reencontrar meu primo e amigo Pastor Brito Barros, maior orador sacro do Brasil e conhecer gente ainda desconhecida.

Participei, então, de duas belíssimas festas culturais: a posse, no qual apresentaram-se cantando cânticos regionais, cinco belas moças do local, vestidas a caráter e de acordo com o tema musical que apresentavam individualmente.

Em seguida, encerrada parte cultural, encaminhamo-nos para mesa da deliciosa e farta gastronomia sãobentoense. Foram, realmente momentos de sagração divina, e eu via minha mãe em cada acontecimento.

Mas bênçãos, todavia, não ficaram por aí. Logo a seguir em Itabuna foi fundada a ACADEMIA DE LETRAS JURÍDICAS DO SUL DO SUL DA BAHIA – ALJUSBA. E eis que mais do que surpreendentemente, sou convidado para integrá-la como confrade de honra.

Foi, realmente, uma surpresa mesmo! E fiquei muito feliz. Além da distinção de ter sido eleito como confrade honorário, fui escolhido para proferir o discurso de encerramento da solenidade respectiva em nome de todos os quarenta confrades.

Não posso dizer que os últimos meses têm sido de felicidade para mim, mas, ao menos, tenho que fazer estes dois destaques que apresentam um valor intelectual e emocional insuperável.

É fato que cada um desses felizes acontecimentos merecerá um trabalho único. Todavia, como já tardava o meu registro escrito de tais felizes acontecimentos em minha vida, posto que na alma assim encontravamse desde o início e ainda se encontram – certo que jamais se apagarão – faltava o registro materializado, o que agora fazemos.

Fica, agora expresso os meus agradecimentos a todos os confrades que tiveram a coragem de me destacar e a, sobretudo, a Deus que pode tê-los orientado, não sei, por meus próprios méritos é que sei que não foi.

Meu profundo reconhecimento a todos.