Artigo

Chega de violência

O Brasil conta hoje 190.732.694 habitantes sendo que aproximadamente 40 milhões vivem em extrema miséria. A Bahia abriga 13.633.969 habitantes dos quais aproximadamente 3 milhões vivem em extrema miséria, enquanto Itabuna detém 204.710 habitantes com aproximadamente 5 mil em extrema miséria, apesar de existir no país um sistema democrático-representativopresidencial.

Apesar da Constituição da República Federativa do Brasil – 1988, em seu Art. 1º constar: “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; e
V – o pluralismo político”.

Como direitos sociais o Estado Brasileiro deveria garantir a educação, a saúde, a proteção à maternidade, o lazer, a segurança, a previdência social, a infância e a assistência dos desamparados.

No Brasil, na Bahia e em particular em nossa terra – Itabuna, as falhas estruturais dificultam a obtenção de resultados satisfatórios, o que gera descrença e certo clima de revolta. O custo político é muito alto.

Segundo o jornalista George Brito – Jornal ATARDE, na Bahia (Estado) 1.650.615 domicílios não têm esgotamento sanitário e em Itabuna quase todo o esgoto é lançado diretamente no Rio Cachoeira.

Itabuna não merece continuar figurando nas manchetes de jornais como a oitava cidade mais violenta do Brasil. Temos consciência de que não há paz sem justiça social e que, o primeiro-passo para alcançá-la, cabe a cada um de nós. Precisamos de condições dignas de sobrevivência, educação, saúde, cidadania para todos, sem distinção.

É chegado o momento de darmos uma basta! É preciso expressar toda a nossa insatisfação com relação ao aumento da criminalidade e a pouca eficiência do PODER PÚ- BLICO (em todos os níveis) em responder.

Não é só, mais policiais nas ruas e mais repressão. Precisamos também e principalmente de ações voltadas à prevenção do crime. Precisamos de programas sociais direcionados para a adolescência desassistida, programas eficazes de prevenção e tratamento voluntário ou compulsório da dependência química de jovens, escolas municipais melhor aparelhadas (ensino de qualidade) funcionando os dois turnos e nos finais de semana, praças de esportes e lazer, habitação, infraestrutura urbana, praças e jardins bem cuidados, saneamento básico, iluminação pública de qualidade, segurança, acesso fácil aos logradouros públicos etc.

É possível pensar a questão de SEGURANÇA para Itabuna, refiro-me a segurança no sentido amplo – a política, jurídica, econômica e social.

Já dizia o maçom Rui Barbosa de Oliveira, o Grande Rui Barbosa, o “Águia de Haia”: “Não há nada mais relevante para a vida social que a formação do sentimento de justiça”. “A força não constrói, não une, não pacifica. Os grandes exércitos e os grandes armamentos são o infortúnio e o desassossego dos países militarizados. Onde as instituições civis não logram estabelecer a paz mediante a justiça, as armas só estabelecem a paz da servidão. Só o bem neste mundo é durável, e o bem politicamente é tudo justiça e liberdade, fórmulas soberanas da autoridade e do direito da inteligência e do progresso.