Artigo

A paz duradoura

O aumento expressivo dos níveis de criminalidade em nossa cidade tem sido motivo de desassossego e muita preocupação junto às pessoas de bem que por aqui residem. De todos os lados, em todos os jornais da cidade, ouvimos e lemos: “Itabuna tornou-se uma Cidade violenta”.

Alguns menos avisados colocam logo a culpa na polícia, esquecendo-se do que nos disse Rui Barbosa: “A força não constrói, não une, não pacifica… Onde as instituições civis não logram estabelecer a paz mediante a justiça, as armas só estabelecem a paz da servidão”.

A cadeia pública, a penitenciária de Itabuna encontra-se cheia, está superlotada.

Conterrâneos, não podemos nos limitar a pedir mais policiais nas ruas e mais repressão. Isso é importante, num primeiro momento, é necessário mais não é suficiente. Desta forma estamos atacando o efeito e abandonando a causa, o cerne da questão.

Precisamos sim, reivindicar, gritar aos quatro cantos da cidade com todas as nossas forças, por ações mais eficazes dos Poderes Públicos, em todos os níveis, (Federal, Estadual e Municipal) voltadas à prevenção da criminalidade.

Precisamos de programas sociais que se ocupem principalmente da adolescência desassistida, programas de prevenção e tratamento voluntário ou compulsório da dependência química de jovens; precisamos de postos de saúde e hospitais atendendo a todos, escolas com ensino de qualidade ocupando os jovens nos dois turnos, escolas com atividades esportivas, literárias e lúdicas nos finais de semana, praças públicas bem cuidadas, saneamento básico, iluminação de qualidade em todos os bairros da cidade, praças esportivas de qualidade com programas acompanhados por profissionais, maior oferta de emprego, reduzir o custo político municipal, e, sobretudo, implantar uma cultura exemplar de ética a ser seguido por todos os cidadãos.

Ainda é o grande Rui Barbosa, o Águia de Haia quem nos ensina: “Não há nada mais relevante para a vida social que a formação do sentimento de justiça”.

A paz é fruto da justiça, e o sentimento de justiça depende, sobretudo, da razoável distribuição de oportunidades, bens e direitos entre todos os membros da comunidade. O vazio da falta de Políticas Públicas ou a insuficiência das ações comunitárias na prevenção da criminalidade, com o sentimento de impunidade que parece está se instalando em nosso País, em nossa região favorecem o caminho da transgressão e a arregimentação de adolescentes e jovens para o crime.

Queremos para nossa terra a PAZ duradoura, a PAZ do BEM. O que será preciso?

A nosso ver, é preciso que haja a disposição dos GOVERNOS e o engajamento da SOCIEDADE. Cada um precisa fazer a sua parte de forma sincronizada e ordenada.

Não há PAZ sem JUSTIÇA SOCIAL – educação, saúde, cidadania para todos, sem distinção.

Não há PAZ sem JUSTIÇA SOCIAL – o primeiro passo cabe a cada um de nós. Cada instituição, cada homem, cada mulher, cada jovem.

A PAZ é produto de Ações e Processos Administrativos de ordem preventiva, repressiva, jurídicas (legislativa), judiciais, saúde e sociais. É uma construção coletiva, todos os segmentos da sociedade devem participar com ações concretas. Somente construiremos a PAZ, erradicando a violência e reconstruindo os valores éticos, morais, familiares e espirituais perdidos pelos seres humanos.