Artigo

Será que sabemos viver com as diferenças?

Recebi a seguinte citação no meu post no facebook “Dia do orgulho disso, dia do orgulho daquilo… PQP, anseio pelo dia em que héteros, gays, bis, tris, tetras, trans, pans, negros, brancos, amarelos, vermelhos, cristãos, mulçumanos, judeus, ateus, nortistas, sulistas, orientais e ocidentais possam juntos ir às ruas comemorar o ORGULHO DE SER GENTE!

Mas, será que estamos preparados para viver com as diferenças? E porque não conseguimos viver com elas? O que nos impede de enxergar o outro ou o comportamento do outro com aceitação?

Partindo do pressuposto que o homem é um ser gregário e necessita de outro homem para satisfazer suas necessidades, então razoável seria uma tendência harmônica no quesito convivência. Mas, esqueceram de dizer a esse homem que para tanto ele precisaria desfazer de parcela do seu interesse individual, para unido a fração do outro homem, formatar um consenso. Isso não acontece! porque o homem pensa como um ser individual, mesmo quando está vivendo coletivamente.

Spinoza disse que o bem maior de um homem é o outro homem, no entanto, ele enxerga o outro, como um meio de satisfazer os seus instintos e, quando esse não o faz, o conflito está instaurado. O homem individual é um homem que está sempre em busca de satisfazer os seus desejos e é munido pela paixão.

Somos seres coletivos, que agimos individualmente e jamais aceitaremos aquilo que não corresponde a nossa verdade ou vontade. Por isso que Montesquieu dizia que o homem é capaz de violar a própria lei que ele cria, visto que está por ter um caráter geral pode não corresponder aos anseios desse homem.

No entanto, o Estado não pode agir assim, ele tem que responder as demandas sociais. Mas, nem sempre responder as demandas sociais é satisfazer aos nossos interesses. Por isso que não aceitamos aquilo que não corresponde aos nossos desejos ou valores e, rejeitamos quando o Estado no exercício de sua função age no tocante aos interesses coletivos, principalmente quando se referem aos interesses das “minorias”(qualitativas).

Não sabemos viver com as diferenças, porque ser diferente é não corresponder a um padrão, que um dia foi declarado como normal. Mas, para que eu possa viver em sociedade e de forma harmônica terei que compreender que o diferente também pode ser igual, ainda mais que ele é GENTE como a GENTE.