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O Coliseu da Bahia

Eu sei que a Arena Fonte Nova, que também atende por um nome de cerveja, está linda, arranca suspiros: talvez o mais sensual estádio brasileiro desta ela Lula baseada no sábio pão e circo e voto. Daqui a séculos será o Coliseu baiano, uma ruína imperdivel em pacotes turísticos.

Aliás, a depredação começou no jogo inicila: cadeiras, sanitários, cafeteiras. Coisa de somenos, porque saiu barato, em comparação com outras arenas. Também, porque deixaram a nossa presidente dar o chute inicial com a canhota, em vez o pé direito? Questão, talvez, de coerência ideológica.

Você aí, que não se considera um democrata comunista, o que faria com tanto dinheiro? Talvez construisse centenas e centenas de hospitais, milhares de escolas públicas, linhas de metrô, e saneasse bairros na Bahia inteira. Seria preferível, mas não lhe garanto um banho de urna.

Não é que o povão seja ingrato. Sua pobreza cultural é tão grande que o espetáculo, qualquer um, lhe enche a barriga. A classe politica sabe que saneamento, educação, saúde, transporte de massa e cidadania dificultam o voto. Prefere as obras visiveis: o circo distrai, o circo diverte, por enquanto.

Sertanejo esperto, colecionador de títulos universitários honorificos, apesar de avesso à educação, o ex-presidente Lula ignorou riscos imensos ao trazer duas Copas para o Brasil. Já está aberta a temporada de caça ao turista. O Rio de Janeiro largou na frente. E logo nas imediações do pedestal do Cristo Redentor. A estrada estreita do Corcorvado foi barricada por bandidos armados até os olhos.

Apesar de algumas segurança econômica, o Brasil apresenta alto risco de vida. Seria preciso uma unidade pacificadora em cada rua. Só mesmo os desesperados haitianos e senelgaleses chegam para ficar. Aqui se mata para roubar um celular. Ao ex- -presidente Lula, que menosprezou o grau de insegurança, as vítimas sempre poderão dizer: “Salve, companheiros, os que vão morrer te saúdam”.