Artigo

Inovação e Criatividade Como Fatores Motivacionais – II

No artigo anterior encerramos sugerindo um ambiente mais criativo com três dicas para você desenvolver: 1 – Inteligência Emocional, a capacidade de superar as tristezas; 2 – Originalidade e o fim do Ctrl+C/Crtl +V; 3 – Propósito, como combustível interno do foco, para ter + motivação, + resistência de longos prazos. Nesse artigo vamos falar sobre a diferença entre motivação e estímulo.

Dita de outra maneira, a diferença entre motivação e estímulo é que a primeira está dentro de nós e a segunda, fora. Todos temos um fluxo permanente em nossas vidas, isso implica dizer que a motivação não é um produto acabado, mas um processo que se configura em cada momento. Motivação é a mola propulsora que nos impulsiona para alguma coisa, um motivo para a ação que desencadeia o sucesso na vida pessoal ou profissional. A motivação é uma força endógena que age de dentro para fora, das necessidades fisiológicas até as de firmação e realização pessoal, uma força que se renova a cada dia, alimentada pelo desejo de adquirir, possuir, crescer, ou seja, sempre teremos algo a nos motivar. Por tal natureza, não é coerente dizermos que motivamos as pessoas por isso ou aquilo, ninguém motiva ninguém! Nós é que nos motivamos ou não. Tem um ditado indiano que supostamente foi criado por Gandhi que diz: “A mudança é uma porta que abre por dentro”. Já parou pra pensar que pessoas que gostam de leitura sempre arrumam tempo pra ler? O mesmo acontece com quem gosta de esportes: alocamos mais tempo para as coisas que nos sentimos mais motivados.

Estímulo, como já ficou bem evidente, são fatos ou acontecimentos do campo externo ou exógeno (age de fora pra dentro), mas que exercem uma força gravitacional poderosa para provocar desejos que não são fisiológicos, mas de fantasia. Como exemplo clássico temos as propagandas de refrigerantes que, mesmo sem estar com sede e motivados a beber água, ao ver a garrafa de Coca-Cola gelada nos sentimos impulsionados a querer beber. Quem nunca bocejou após ver outra pessoa bocejar? Estes exemplos se baseiam em impulsos que se manifestam de forma fisiológica. Os nossos impulsos nos remetem, em sua origem, a saciar as necessidades básicas, como a sede, sono, fome, proteção do corpo contra frio, calor e outros. É uma pena que não existam pesquisas por parte do comércio para saber como se desencadeiam essas necessidades no ser humano. O interesse é apenas se a pessoa tem sede o que ela vai beber, se tem fome o que ela vai comer. Usar uma camisa para ir a uma festa é uma necessidade básica, usar uma camisa do jacarezinho de R$ 500,00 é uma necessidade de aceitação social ou secundária. As necessidades primárias não interferem na escolha da marca, queremos saciá-las e pronto, já a secundária…

Para finalizar, gostaria de citar duas teorias que para mim se completam, são elas: a Teoria da Expectativa, de Victor Vroom – desempenho com recompensa. Se considerarmos que, se virarmos a noite na frente de um computador, nosso chefe nos elogiará – e isso é o que todos queremos –, então viraremos a noite. Se considerarmos que ele não dará a menor bola, dormiremos. Já a Teoria da Equidade, de J. Stacy Adams, considera que nos sentiremos mais ou menos motivados para o trabalho na medida em que percebamos – ou não – a presença da justiça, da igualdade nas relações de trabalho. Favoritismo seria considerado iníquo, injusto. Logo, quando percebemos isso, desmotivamo- nos.