Artigo

Liberdade ANALISANDO e vandalismo

“Eu tenho um sonho”, disse Luther King, 50 anos atrás. O sonho era bom, era lúcido, porque em parte se tornou realidade um ano depois, no país habituado a linchar negros e segregá-los. E por fim um deles assumiu a Presidência.

A Lei de Direitos Civis assegurou liberdade e direitos iguais sem distinções. São ideais a cada dia mais utópicos, no mundo atual, mas bater-se por eles, em manifestações pacificas, dá sentido à vida.

Liberdade sim, desde que consciente. Igualmente decerto, desde que corresponsável, fruto de esforço pessoal, e não decretos populistas. Os Estados Unidos partilham esses princípios por serem uma democracia histórica norteada por um pensamento quase uniforme, compactado.

Liberdade permissiva, à margem da lei, equidistante da cidadania, acaba em violência. O Brasil atravessa fase perigosa, com a onda de homicídios e assaltos e o vandalismo que se infiltra nos protestos de rua para depredar, invadir, roubar.

Cresce o sentimento de insegurança total. Só falta concretizar os indícios de lutas de classes presentes em invasões continuas da propriedade e em atos de banditismo. Há um terrorismo pelo menos latente. E, quem sabe, o prenúncio de entrechoques raciais.

No “Fora Cabral” do início da semana, contra um governador que não se deu ao respeito, uma adolescente levou um tiro de borracha na cabeça. Saiu amparada, com o rosto a sangrar. Outra mulher, caída, foi espancada por dois PMs. Onde o direito de livre manifestação, se a polícia, mal orientada e adestrada, em vez de deter os baderneiros bate a torto e a direito?

Significativamente, naquele episódio, um vândalo ameaçou um grupo “burguesinho” que, das janelas, protestava contra a depredação. De onde vem a horda da baderna, quem a monitora e financia? O governo mandou apurar? Se sabe, por que a deixa agir? São perguntas que se dissolvem na indiferença. Positivamente pendemos mais para o inferno do que para o céu.