Artigo

Inovação e Criatividade Como Fatores Motivacionais – III

No artigo anterior falei sobre duas teorias: a Teoria da Expectativa de Victor Vroon, o desempenho por recompensa, e a Teoria da Equidade de J. Stacy Adans, em que o sentimento da justiça e da igualdade das relações no trabalho é o principal fator motivacional.

Para continuarmos falando sobre motivação nas organizações é importante lembrar, mais uma vez, que: motivação não é um produto acabado, mas um processo que se configura a cada momento, no fluxo permanente da vida. Na década de 1950, Abraham Maslow criou a pirâmide das necessidades, uma organização hierárquica e a incessante busca para satisfazê-las. Em sua teoria, Maslow distingue necessidades primárias e secundárias. As primárias são postas na base da hierarquia e são fisiológicas, dizem respeito à nossa sobrevivência como fome, sede, sexo, sono… As secundárias são relativas à nossa segurança, à necessidade de proteção para com alguma coisa ou ameaça real ou imaginária como: salário, casa própria, saúde, aposentadoria, emprego… Essas últimas são consideradas afetivo- -sociais, de estima e de auto-realização, e se estabelecem no topo da hierarquia. As necessidades afetivo-sociais estão diretamente relacionadas ao desejo de amar e de ser amado, de pertencermos a um grupo. As necessidades de estima estão relacionadas à autoestima, ao desejo de sermos reconhecidos, de termos prestígio e status. As de auto- -realização dizem respeito à realização do nosso próprio potencial ou realizar tarefas desafiadoras. Para Maslow, no momento em que as necessidades básicas vão sendo realizadas, as necessidades secundárias e, principalmente, as do topo da hierarquia, vão ficando mais evidentes e desejadas. Logo, a heurística: quanto mais temos, mais queremos.

Depois de uma boa interpretação, tudo isso nos leva a entender que as necessidades primárias nascem conosco e as secundárias são adquiridas ao longo da vida. Sabemos que as teorias de Maslow são criticadas porque ignoram algumas culturas e necessidades isoladas de pessoas ou grupos. Há quem diga que no Japão a pirâmide de Maslow seria de ponta cabeça e, talvez no caso do Rio de Janeiro e São Paulo, a segurança também seria colocada em primeiro plano. Mas acredito que no geral ela se encaixe para grande maioria, é como se diz em economia: “ceteris paribus”. Todo o mais é constante, ou mantidas inalteradas todas as outras coisas, o resultado deve ser o planejado.

Entender como funciona a motivação é um ponto crucial para os empresários que pretendem manter suas equipes motivadas e entender que a frustração ocorre – geralmente – pela falta de reconhecimento e nem sempre pela remuneração. Essa frustração gera um vazio e, como não podemos enfrentar o vazio, buscamos preenchê-lo com os tais mecanismos de defesa psicológicos: a racionalização; a fantasia; a projeção; o deslocamento; o simbolismo; a sublimação; o isolamento; a compreensão; a regressão; a apatia; a generalização; a somatização. Uma dica: preocupe- se pela autoestima e qualidade de vida dos seus colaboradores e ganhe o respeito de todos. Isso gera relacionamentos de reciprocidade e desenvolve a cultura do cliente interno, criando um clima e cultura organizacional favoráveis. Ganha ele, mas, principalmente, ganha você, empresário.